sábado, 25 de julho de 2015

Em Macaé nem os cães e gatos escapam da crise econômica


Com os acentuados reflexos da crise econômica que tomou conta de Macaé nestes últimos meses, com notórias suspensões de contratos e demissões de milhares de funcionários de empreiteiras que prestam serviços à Petrobrás no município, nem gatos e cachorros escapam das turbulências econômicas. 

A cidade de Macaé que é conhecida internacionalmente como "capital do petróleo" está em queda livre em vários setores  em relação a situaçãofinanceira. No calçadão da rua Direita, várias lojas estão encerrados suas atividades, a hotelaria já começa sofrer com a falta dos hospedes que outrora davam suporte na área do petróleo. A principal empresa que operava no aeroporto local com transportes de passageiros, anuncio que vai encerra suas atividades nos primeiros dias do mês de agosto.

Está semana várias organizações  não governamentais anunciaram em vários jornais da grande imprensa que detectaram aumento na quantidade de animais, alguns de raça, abandonados nas ruas da cidade nos últimos meses.

Além dos reflexos econômicos a crise  têm afetado até mesmo cachorros e gatos. Cães das raças golden retriever, poodle, labrador e até um pitbull foram resgatados nas últimas semanas pelo grupo Mascote Animal. Com ao menos de centenas cães e gatos sob seus cuidados, os oito voluntários da ONG já não têm espaço para abrigar mais bichos. 

"Muitas pessoas vieram para Macaé por causa de trabalho e agora, estão indo embora. Tem gente que abandona mesmo os animais e outros nos procuram, mas estamos lotados", afirmou Rejane Esteves, de 34 anos, voluntária do Mascote Animal. 

"Muitas pessoas vieram para Macaé por causa de trabalho e agora estão indo embora. Tem gente que abandona mesmo os animais e outros nos procuram, mas estamos lotados", afirmou Rejane Esteves, de 34 anos, voluntária do Mascote Animal. 

Estudante de Biologia, Rejane abriga 15 animais em casa. Gasta cerca de R$ 200 por semana com ração e medicamentos. "Os animais de raça são os que mais sofrem com o abandono porque estão acostumados a ter comida à vontade, não sabem procurar por alimento nem lidar com brigas por território. Acabam se machucando", disse a voluntária. Segundo Rejane, muitas pessoas se sensibilizam com os animais abandonados, mas procuram a ONG por não saber o que fazer. 


DEDICAÇÃO

A psicóloga Fátima Cardoso, de 59 anos, abriga 15 cachorros em sua residência e cuida de 40 animais distribuídos em espaços cedidos por outras pessoas, os chamados lares provisórios. "Tem gente que pensa que minha casa é abrigo e abandona o animal na porta, na maior cara de pau. Mas eu não tenho mais condições", afirmou ela, Integrante da ONG Pró-Animal Macaé. 


Após o período sob cuidados nos lares provisórios, os animais são oferecidos para adoção. "Eles se machucam muito quando estão na rua, perdem a pata, ficam com o pelo feio. Aí, ninguém quer adotar", afirmou Fátima, que há aproximadamente dez anos recolhe animais das ruas.

DESPESAS

Todos os custos com ração, medicamentos e castração são arcados pelos próprios voluntários. "Faço tudo por conta própria. Falta apoio das autoridades", disse Fátima. 

A prefeitura de Macaé informou não haver dados disponíveis sobre o número de animais de rua na cidade, mas afirmou que há um projeto em estudo para a criação de um abrigo para cães e gatos, ainda sem data prevista para ser executado.

Feiras de adoção e mutirões de castração mensais têm sido realizados pelo grupo Mascote Animal e pela Pró-Animal Macaé na cidade. "Estamos pedindo à prefeitura que faça a castração gratuita há meses, mas não tivemos resposta", afirmou Rejane.



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