Eleitor desconfiado vota em Dilma e deixa Aécio e Marina juntos em segundo lugar
1/10/2014 14:10
Por Redação - de Brasília e São Paulo
Por Redação - de Brasília e São Paulo
As pesquisas de opinião, na reta final das eleições presidenciais deste ano, mostram um eleitor cada vez mais desconfiado das propostas tanto de Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade) quanto de Aécio Neves (PSDB) e disposto a encerrar a fatura eleitoral já no primeiro turno. O declínio de Marina e a estabilização de Aécio, com o crescimento deDilma, formam um quadro no qual o senador mineiro tem chances de ultrapassar a concorrente acreana, mas corre o risco de sequer chegar à segunda chance de disputar o ingresso no Palácio do Planalto, se as urnas decidirem os destinos do país no próximo domingo.
Em alta nas últimas quatro pesquisas Datafolha, nas quais recuperou cinco pontos percentuais enquanto a adversária Marina Silva perdeu, na mesma plataforma, nove pontos também em quatro levantamentos, Aécio Neves já deixou Marina, do PSB, para trás na região Sul e está em empate técnico no Norte e no Sudeste. Para crescer ainda mais, a ponto de desfechar uma virada sobre Marina, o ex-governador de Minas concentra-se nesta última semana no corpo a corpo em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo.
Marina Silva, que nesta segunda-feira fez campanha em São Paulo, num evento para intelectuais, enfrenta problemas que Aécio não tem. A direção do PSB está às turras, com brigas públicas entre o candidato a vice Beto Albuquerque e o presidente Roberto Amaral. Aécio, se ainda não tem o apoio que gostaria de ter dos tucanos paulistas, animou a militância do partido e ouviu, como disse, seu telefone “voltar a tocar”.
Escorregando e caindo em contradições, depois de flagrada na mentida pela presidente DilmaRousseff, em debate pela TV, sobre seu voto a favor da CPMF, que na verdade foi contra, Marina é alvo de críticas diárias. Aparentemente calma e com a voz pausada, Marina perdeu essas características ao tentar se livrar da pecha de ‘mentirosa’ e, na noite passada, chegou a perder a linha com repórteres. O pior para ela é o fato de não estar conseguindo responder a estes desafios da campanha. Prova está no declínio acentuado que ela vem apresentando em todas as pesquisas.
Com uma rejeição apurada pelo Datafolha em 20%, Aécio está à frente de Marina também nesse quesito. Ela não seria votada por 23% do entrevistados da pesquisa divulgada na terça-feira 30.
– As tendências costumam se acentuar no final de semana da eleição e, especialmente, no próprio dia – afirmou o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, a respeito das curvas de Aécio e Marina, em uma entrevista a um canal de TV para assinantes.
Entre a sexta-feira 26 e a terça 30, a candidata do PSB/Rede Sustentabilidade perdeu dois pontos, enquanto Aécio subiu dois pontos. Marina caiu nas últimas quatro pesquisas Datafolha e Ibope, Aécio cresceu no mesma sequência de levantamentos. Nessa velocidade, ninguém vai estranhar um possível empate técnico entre eles já nesta sexta-feira, quando será divulgada a pesquisa do Datafolha.
A estrutura maior do PSDB sobre o PSB tem tudo para marcar uma diferença crucial na reta final. Na base, o partido dos tucanos tem uma militância nas grandes cidades como São Paulo e, em particular, Belo Horizonte, que os socialistas não têm como contar. Aos pedidos por “garra” transmitidos pelo ex-presidente Fernando Henrique, que antes falava em “não melindrar” Marina, os tucanos estão procurando corresponder num cerco de entusiasmo a Aécio.
O senador Aécio, porém, sabe de seus próprios limites. O ponto mais baixo de Marina, que fez 20% dos votos na última eleição presidencial, pode ser maior que o dele. O melhor resultado de Aécio nos grandes institutos foi de 22%. Se ele resgatar essa melhor performance, provavelmente terá feito o suficiente, de maneira heroico, para passar para o segundo turno. Lá, como circula entre os políticos, ‘é outra eleição’.
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