segunda-feira, 24 de abril de 2017


Janot adia votação de resolução que pode afetar Lava Jato

  • 24/04/2017 14h46
  • Brasília
Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fala à imprensa (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O  procurador-geral  da  República,  Rodrigo  Janot,  mostrou-se  surpreso  com o fato de o Conselho Superior do Ministério Público Federal discutir tema c1ue pode afetar a Lava JatoMarcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil
O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), reunido hoje (24) em Brasília, adiou uma decisão que pode afetar os trabalhos da Operação Lava Jato, após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir vista (mais tempo para analisar o caso).
A resolução, discutida na sessão ordinária do CSMPF nesta segunda-feira, propõe a limitação em 10% do contingente de procuradores da República de cada unidade do MPF que podem ser cedidos a outras unidades. A proposta também pretende limitar em quatro anos o período de cessão. 
Caso aprovada em sua versão original, a resolução tem efeito sobre as forças-tarefa da Lava Jato montadas em Curitiba e também na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, onde são tratados os casos envolvendo parlamentares e ministros, entre outros. Isso porque em ambos os locais grande parte dos procuradores atuantes é proveniente de estados. A proposta é de autoria da subprocuradora-geral da República Raquel Dodge.
Retorno
Em Curitiba, por exemplo, as investigações tiveram início em 2014. Com a aprovação da resolução, procuradores cedidos que atuam desde o início na Lava Jato seriam obrigados a abandonar os casos em que trabalham e retornar a seus locais de origem já no próximo ano.
Durante a sessão de hoje, Janot se disse “perplexo” com o fato de o CSMPF estar discutindo um tema com potencial de afetar a Lava Jato, operação que necessita de grande contingente de procuradores especializados. A matéria deve voltar a ser debatida daqui a duas semanas.
Após a manifestação do procurador-geral da República, a conselheira Maria Hilda propôs uma regra de transição para que, sendo aprovada, a resolução não tenha efeito sobre forças-tarefa já em andamento. A votação dessa versão do texto ficou interrompida com o placar de 8 a 1 a favor, com o pedido de Janot de mais tempo para analisar a matéria.
Texto alterado às 15h15 para acréscimo de informações
Edição: Kleber Sampaio

Nenhum comentário:

Postar um comentário