domingo, 29 de junho de 2014

Robben merecia ser punido como Suárez



Postado em 29 jun 2014
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Mergulhador compulsivo
Mergulhador compulsivo
Ladies & Gentlemen:
Um escritor afirmou que o pior pecado depois do pecado é a publicação do pecado.
Foi o que ocorreu hoje com Robben, o atacante holândes.
Depois de uma série infindável de mergulhos para simular pênaltis, ele admitiu a uma tevê holandesa que pelo menos uma vez tentou enganar o árbitro.
Diante da repercussão dessa confissão desconcertante, ele emendou posteriormente que não foi o caso do pênalti que afinal classificou a Holanda.
Neste caso, segundo ele, foi mesmo pênalti – uma afirmação que as imagens colocam claramente sob dúvida. O zagueiro mexicano teria pisado no seu pé, segundo os crédulos. Ora, isto tivesse mesmo ocorrido, o pé pisado, e portanto preso, impediria o voo de Robben. Elementar.
Ladies & Gentlemen: minha tia Mimi dizia, de um certo ator, que era muito bom apesar de careca. (Nota da tradutora: in spite of being bald.)
Sigo tia Mimi e digo que Robben é um grande jogador, apesar de careca.
Mas é também um fanfarrão. Assim como Suárez é um mordedor serial, Robben é um mergulhador serial, compulsivo.
Também como Suárez, é um caso psiquiátrico, mais que futebolístico. Ele sabe que age errado, e mesmo assim não consegue se corrigir.
Nós, europeus, conhecemos bem essa característica detestável de Robben. Não é a primeira vez que ele se desculpa publicamente por trapacear.
O que espanta é que o juiz tenha caído na armadilha de Robben. Não teria informações suficientes sobre ele? É possível.
Suarez foi punido. E Robben, réu confesso, não deveria ser também?
Tenho certeza de que não será. E sei a razão: ele não é uruguaio, ou sul-americano, ou africano.
É europeu.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura
Sobre o Autor
Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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