quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Notícias

Vitória vai sediar pela primeira vez Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme

Publicada em 28/10/2015, às 17h45

Imagem divulgação
Médico fazendo teste do pezinho em criança
Doença falciforme pode ser detectada pelo teste do pezinho quando a criança nasce
Pela primeira vez, Vitória vai sediar um debate nacional sobre anemia falciforme, uma doença hereditária e genética com predominância entre os negros. De 3 (terça) a 7 de novembro (sábado), no Centro de Convenções de Vitória, em Santa Lúcia, o Ministério da Saúde promoverá o VIII Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme.
O evento será voltado para os profissionais de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O tema central será "Doença Falciforme nas Redes de Atenção à Saúde", que será abordado numa ampla programação.
O simpósio ocorre a cada dois anos e já foi realizado em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e outras capitais. Integrante da comissão organizadora da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Henriqueta Sacramento informou que o encontro mostrará o resultado de pesquisas, como também o acolhimento, diagnóstico e controle da dor.

Rede de atenção básica

O simpósio vai debater também sobre a política nacional de doença falciforme em todo o Brasil e a inclusão dos pacientes nas redes de atenção básica, tema que representa um grande desafio na qualificação das equipes do SUS para conhecer, identificar e cuidar das pessoas com a doença.
O evento será realizado numa parceria entre o Ministério da Saúde, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (Sesa), a Semus e a Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doenças Falciformes (Fenafal).

Alterações das hemáceas

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é que, no Brasil, existam 2,5 mil nascimentos de pessoas com a doença por ano. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos. As hemáceas perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.
As hemáceas falciformes contêm um tipo de hemoglobina, a hemoglobina S, que se cristaliza na falta de oxigênio, formando trombos que bloqueiam o fluxo de sangue, porque não têm a maleabilidade da hemácia normal. Apesar de ser predominate em negros, a anemia falciforme pode se manifestar também nos brancos.
A anemia falciforme é causada por mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe. Se for transmitido apenas por um dos pais, o filho terá o traço falciforme, que poderá passar para seus descendentes, mas não a doença manifesta.

Diagnóstico

A eletroforese de hemoglobina é o exame laboratorial específico para o diagnóstico da anemia falciforme, mas a presença da hemoglobina S pode ser detectada pelo teste do pezinho quando a criança nasce. Não há tratamento específico para a anemia falciforme, doença para a qual ainda não se conhece a cura. Os portadores precisam de acompanhamento médico constante para manter a oxigenação adequada nos tecidos e a hidratação, prevenir infecções e controlar as crises de dor.
A recomendação dos médicos é que os pais exijam o teste do pezinho do bebê logo depois do nascimento. Se for constatado que é portador de anemia falciforme, ele deve ser encaminhado a um médico especialista.
Saiba mais
São sintomas da anemia falciforme (segundo o doutor Dráuzio Varella):
  • Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos;
  • Dores articulares;
  • Fadiga intensa;
  • Palidez e icterícia;
  • Atraso no crescimento;
  • Feridas nas pernas;
  • Tendência a infecções;
  • Cálculos biliares;
  • Problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais;
  • Priapismo.


Informações à imprensa:

Janete Carvalho (jocarvalho@vitoria.es.gov.br) | Tel(s).: 3382-6130 / 98889-5573
Com edição de Matheus Thebaldi

Nenhum comentário:

Postar um comentário