Macaé viveu um
espetáculo de arte e fé cristã
Deste
das primeiras horas da manhã de ontem (30), centenas de fiéis
estiveram na avenida Papa João XIII, para construir tapetes de sal para
comemorar a festa de Corpus Christ. Uma tonelada de sal grosso,
aproximadamente mil quilos de serragens e centenas de tubinhos, vão
confeccionar dezenas de tapetes ao longo de l000 metros.
As solenidades tiveram início na Igreja de Santo Antonio, no bairro Visconde de Araújo, pelo paroco Gleilson Lima e em seguida ouve a participação de centenas de fiéis na procissão que percorreram várias ruas da cidade em direção a Igreja atriz de Nossa Senhora de Fátima, localizada no centro da cidade.
A estimada professora Izabel Azeredo, participando ativamente nas confecções dos lindos tapetes. |
Um elenco com centenas de fiéis, representando as pastorais de Macaé, viveram momentos de arte e fé nas confecções dos tapetes. (foto Marcelo Imbetiba) |
Símbolo de Corpus Christi,
sal faz parte da história de Cabo Frio
Matéria-prima impulsionou o desenvolvimento da cidade no século XIX.
Atividade está à beira do fim e dá um ar de saudosismo aos moradores.
Atividade salineira era um das principais fontes de renda na Região dos Lagos.
(Foto: Wolney Teixeira/ Arquivo Pessoal)
(Foto: Wolney Teixeira/ Arquivo Pessoal)
Dados históricos apontam que o mineral salgado foi encontrado de forma natural no século XVI entre as frestas das pedras que ficavam às margens da Lagoa de Araruama. Desde então, a exploração se dava de forma artesanal até a implantação das usinas de refinaria em 1950, sendo considerado por historiadores como a 'revolução industrial' da cidade. A partir daí, segundo o historiador João Henrique Christovão, de 48 anos, a atividade passou a ser mais perceptível.
Tapete de sal tradicionais confeccionados no feriado de Corpus Christi (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Tapetes de Corpus Christi são produzidos com sal.
(Foto: Arquivo pessoal/Polyanna Muniz Bucker)
(Foto: Arquivo pessoal/Polyanna Muniz Bucker)
"A refinaria de Cabo Frio foi a primeira do país e a mais importante mas o Estado do Rio de Janeiro tem uma vocação mais forte para o turismo, o que faz os proprietários de terras desistirem da ideia de ter uma salina para para construir um hotel ou uma casa, que é mais rentável. Para ter uma noção do quanto a produtividade na Região dos Lagos perdeu força, nosso último levantamento mostra que em 2010, dos 5 milhões e 100 mil toneladas produzidas, apenas 407 mil toneladas vieram do Rio de Janeiro. Hoje, o Rio Grande do Norte se tornou o principal produtor do mineral, com uma larga escala que representa 90% do sal do Brasil", informou.
Atividade continua, apesar das dificuldades
Apesar da primeira refinaria ter fechado as portas, outra indústria dá seguimento nas atividades desde 1951. Segundo o diretor corporativo da empresa, Luiz Césio Caetano Alves, de 63 anos, as mudanças climáticas implicam no índice de produtividade. O funcionário disse ainda que ''as boas safras já pertencem ao passado, quando a empresa chegou a produzir, entre 1989 e 1994, 24.800 toneladas por mês''.
Salinas em plena atividade em Cabo Frio. (Foto: Wolney Teixeira/Arquivo Pessoal)
Quem carrega na memória o cenário da antiga empresa em pleno funcionamento, ainda tem lembraças vívidas dos tempos áureos da produção do mineral proporcionou durante o século passado. Carmem Lúcia Pereira Soares, de 60 anos, é uma das famílias que vieram, como ela própria diz, do sal. A dona de casa se recorda do passado embalada pela saudade.
"Meu pai nasceu em Perynas e sempre trabalhou na empresa fazendo a manutenção das máquinas da refinaria. Por isso, eu também nasci no mesmo lugar e digo que a minha família é do sal mesmo. Passei a minha infância por lá correndo pelas salinas, brincando entre as montanhas de sal. Hoje, quando me lembro de como as coisas estão, eu fico com mais saudade ainda. Estar perto da 'usina', é reviver o meu passado'', relembrou a dona de casa.
Salinas ocupavam todo o bairro Portinho, atualmente ocupado por condomínios.
(Foto: Wolney Teixeira / Arquivo Pessoal)
(Foto: Wolney Teixeira / Arquivo Pessoal)
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