Terça-feira, 20 de outubro de 2015 às 10:54 (Última atualização: 20/10/2015 às 14:39:30)
Cooperação entre Brasil e Finlândia fortalece a troca de conhecimento
“A presidenta pretende reforçar o compromisso brasileiro nessa cooperação e manifestar o desejo brasileiro de que essa agenda não apenas continue, como também se aprofunde, se estruture e beneficie o Brasil”, afirmou o embaixador do Brasil na Finlândia, Antônio Francisco da Costa e Silva.
A Universidade de Aalto será um dos locais visitados pela presidenta Dilma em razão da forte cooperação educacional entre os dois países. Foto: Guilherme Rosa/Blog do Planalto
Na área da educação, o país escandinavo foi um dos primeiros a receber alunos do programa Ciência sem Fronteiras e já concedeu, até o momento, 222 bolsas. Um desses bolsistas é o graduando Heitor Bittencourt, que nasceu em Ourinhos (SP), mas cursa Física no campus de São Carlos (SP) daUniversidade de São Paulo (USP).
Heitor está na Finlândia há dois meses pelo programa Ciência Sem Fronteiras. Foto: Guilherme Rosa/ Blog do Planalto
Heitor está estudando física de partículas na Universidade de Helsinque e acredita que a metodologia de ensino finlandês será um diferencial na sua carreira. “Tem uma lista muito grande de disciplinas que não tem ou que são diferentes no Brasil. São assuntos e abordagens, e isso para mim está sendo muito legal”.
“Quando eu voltar para o Brasil em maio do ano que vem, com certeza o que eu aprendi aqui vai ser muito importante e útil para mim. (…) São disciplinas que vão complementar meus estudos daqui e também do Brasil para eu ter uma formação um pouco diferenciada e poder aplicar isso posteriormente”, diz Heitor, que pretende seguir carreira como pesquisador.
Professores para o futuro
A cooperação educacional entre Brasil e Finlândia resultou também no projeto VET – Professores para o Futuro, em que 62 professores brasileiros de ensino técnico vêm fazer uma aperfeiçoamento de três meses em universidades finlandesas. Há a previsão da vinda de mais 30 professores da rede federal para continuação do intercâmbio.
A cooperação educacional entre Brasil e Finlândia resultou também no projeto VET – Professores para o Futuro, em que 62 professores brasileiros de ensino técnico vêm fazer uma aperfeiçoamento de três meses em universidades finlandesas. Há a previsão da vinda de mais 30 professores da rede federal para continuação do intercâmbio.
“Esses estágios já deram frutos. Os professores começaram a multiplicar a informação e a experiência que eles obtiveram aqui. Há duas semanas, tivemos a visita de uma comitiva do Conif [Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional], composta aproximadamente por 50 membros, que estava justamente querendo refletir sobre a experiência acumulada nesse projeto”, contou Costa e Silva.
O embaixador enfatiza que a visita consolida todas essas cooperações educacionais, ainda mais com um parceiro como a Finlândia, que apresenta resultados internacionalmente reconhecidos na área. “Óbvio, isso é resultado de uma política de longo prazo de investimento na educação, uma educação exclusiva, uma educação centrada no aluno e na valorização dos professores, que são dois objetivos que o Brasil persegue”.
CT&I
Com economia voltada para a geração de conhecimento e inovação, a Finlândia contribui para o esforço brasileiro de promoção de pesquisa em coordenação com os setores produtivos, com vistas a alcançar um novo patamar de competitividade.
Com economia voltada para a geração de conhecimento e inovação, a Finlândia contribui para o esforço brasileiro de promoção de pesquisa em coordenação com os setores produtivos, com vistas a alcançar um novo patamar de competitividade.
O relacionamento Brasil-Finlândia em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) tem sido dinâmico e estrutura-se em diversos mecanismos de cooperação – por exemplo, entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),e aCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do lado brasileiro, e a Academia da Finlândia (Aka), o Centro de Pesquisas Técnicas (VTT) e a Agência Finlandesa de Inovação (Tekes), do lado finlandês.
Áreas importantes da cooperação bilateral em inovação são: desenvolvimento e produção de micro e nanotecnologia (nanotubos e grafeno); biotecnologia, indústria alimentícia e farmacêutica; indústria florestal e serviços ambientais; energias renováveis e etanol.
“Um dos componentes dessa cooperação de CT&I é a possibilidade de nós transferirmos essa experiência de conhecimento e de treinamento da Finlândia para o Brasil, mas também que ela comece a dar frutos em um âmbito empresarial, e que haja maior relacionamento entre indústrias com alto valor agregado de CT&I no Brasil e na Finlândia em benefício de pequenas e médias empresas”, disse o embaixador Antônio da Costa e Silva.
Pesquisa inovadora
Hosana pretende aplicar toda a inovação do seu projeto de doutorado em novas pesquisas no Brasil. Foto: Guilherme Rosa/Blog do Planalto
“Interface baseada em biosensores” pode parecer complicado, mas é esse tema que a doutoranda brasileira Hosana Celeste passa a maior parte do seu dia pesquisando. Aluna do Ciência Sem Fronteiras, ela trabalha em um dos projetos mais inovadores da Universidade de Aalto, que consiste em juntar cinema e neurociência por meio de biosensores colados no espectador que permitem mudar a narrativa do filme de acordo com a resposta neurocognitiva da pessoa.
“Eu tenho aprendido muito, a gente foi super bem recebido. Temos todo um apoio da instituição, do grupo de pesquisa. Tem algumas disciplinas que eles oferecem na área de computação para que você aprenda algumas técnicas relacionadas à aplicação e à utilização desse tipo de biosensor”, explica a aluna natural de Campinas (SP).
Graduada em Artes Plásticas e mestre em Multimeios, ambos os cursos naUniversidade de Campinas (Unicamp), Hosana passou seis anos se especializando na Europa até voltar para o Brasil para fazer o doutorado naUniversidade Estadual Paulista (Unesp) sob a tutela da doutora Rosangella Leote.
Hosana agradeceu a oportunidade de trabalhar com a cineasta Pia Tikka, uma das maiores pesquisadoras do mundo nessa área, e elogiou o incentivo finlandês para projetos de inovação, e disse que pretende voltar de vez ao Brasil para aplicar seus conhecimentos, seja no âmbito acadêmico ou profissional.
“Eu volto para o Brasil em julho do ano que vem e tenho mais um ano ainda no meu projeto de doutorado na Unesp. Então eu pretendo desenvolver esse conhecimento que eu adquiri aqui. (…) Certamente pretendo aplicar em uma possível pesquisa futuramente no Brasil”.
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