quarta-feira, 5 de março de 2014 - 08h20 Atualizado em quarta-feira, 5 de março de 2014 - 09h34
Rio conhece campeã após Carnaval equilibrado
Sem uma favorita, escolas de samba conhecerão notas dos jurados nesta quarta
Romulo Tesi, do Rio de Janeiroentretenimento@band.com.br
Em disputa que promete ser marcada pelo equilíbrio, o Rio de Janeiro conhecerá a escola de samba campeã do Carnaval do Grupo Especial nesta quarta-feira, às 16h (de Brasília). Diferente do que aconteceu pelo menos duas vezes na década, como a Unidos da Tijuca de 2010 e a Vila Isabel de 2013, mais de uma escola chegou à Praça da Apoteose com cara de campeã.
Mais cedo, às 12h20, representantes das escolas se reúnem na sede da Liesa, com a diretoria da entidade, para o sorteio que definirá a ordem da abertura dos envelopes com as notas. O último quesito será usado em um eventual desempate.
Tijuca com leve vantagem
No grupo das que se destacaram, a Unidos da Tijuca desponta com leve vantagem. A escola, cujo enredo misturou velocidade e uma homenagem a Ayrton Senna, voltou a apresentar um desfile impregnado com a marca de Paulo Barros. O carnavalesco abusou dos truques e fez, de novo, o público vibrar com as surpresas. Mas há quem critique a pouca plasticidade das alegorias.
Fazendo uma homenagem a Zico, a Imperatriz passou irreconhecível - mas no bom sentido. A escola mostrou um tema popular e fez desfile quase perfeito. Os problemas mais aparentes, curiosamente, foram os buracos causados pela dificuldade em manejar os carros. A perda de tempo pode ter custado pontos - e coincidentemente, o título.
O Salgueiro, com o enredo "Gaia", teve dois momentos distintos de desfile. O primeiro teve cara de campeã, na primeira parte da passagem. No restante da apresentação, a escola não manteve o ritmo. Ainda assim, está na briga.
A Beija-Flor, sempre considerada favorita, briga pelo título novamente. Mas o enredo sobre o ex-executivo de TV Boni não parece ter sido facilmente entendido pelo público. Resta saber o que os jurados acharam da mistura da história da comunicação com a vida do homenageado.
Chance para Caxias
A criticada Grande Rio, com um desfile sem problemas, vê uma chance real de faturar o primeiro título de Duque de Caxias. O enredo sobre Maricá, passando com uma homenagem a cantora Maysa, tem fragilidades, e algumas alas e carros pareciam fora do contexto, como a comissão de frente e o seu homem-bala, Entre os "renascimentos", Mocidade e Portela fizeram dois dos melhores desfiles do ano. Impulsionados por bons sambas - em especial o da agremiação de Madureira - e uma garra pouco vista nos últimos Carnavais, as escolas podem ter garantido um lugar no desfile das campeãs. Se não as duas, pelo menos uma delas, provavelmente a Portela.
Quem também vive a expectativa de voltar no sábado é a União da Ilha. Os insulanos passaram praticamente todos pela Sapucaí cantando o samba - sucesso absoluto na quadra - e fizeram o que foi o melhor desfile da escola desde que voltou ao Especial, em 2009. O enredo sobre brinquedos e o universo infantil ajudaram, e a bateria parece ter se encontrado com o mestre Thiago Diogo.
A Mangueira deu seu show com a bateria e a orquestra de tamborins, mas o desfile ficou abaixo do esperado. Com o enredo sobre as festas brasileiras, ironicamente, a escola pareceu passar com ânimo menor que dos últimos anos, quando o chão da Estação Primeira a colocou no desfile das campeãs, como em 2009.
Na parte de baixo
A maior surpresa foi o Império da Tijuca ("Batuk"), que veio do acesso. Com um samba de refrão forte ("Vai tremer, o chão vai tremer"), a escola teve um dos melhores inícios de desfile e vislumbra a permanência no Especial. A esperança é justificada também pelo desempenho das rivais.
A São Clemente ("Favela") mostrou um carnaval inferior ao do Império da Tijuca em vários quesitos, principalmente em fantasias e alegorias, e deve ter uma apuração bem emocionante, só que na parte de baixo da classificação.
As duas ganharam ainda a surpreende companhia da Vila Isabel na luta contra o rebaixamento para a Série A. A escola da terra de Noel, atual campeã, teve problemas na entrega das fantasias e algumas alas desfilaram sem parte da roupa. Na concentração, o clima era um misto de esperança e resignação, reflexo também da crise interna na escola.
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