sábado, 20 de setembro de 2014

Campanha de Marina se desidrata com rapidez enquanto Dilma sobe

19/9/2014 12:43
Por Redação - de São Paulo

Investidores parecem se conformar com vitória iminente de Dilma nas urnas
Investidores parecem se conformar com vitória iminente de Dilma nas urnas
O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo até ensaiou um ato de rebeldia na sessão desta sexta-feira, com perdas que chegaram a 0,84%, após a divulgação da mais nova pesquisa de intenção de votos do Instituto Datafolha, na qual a presidenta Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, mostra-se em franca recuperação. Sua principal adversária, Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade), segue em um mergulho calmo em direção ao terceiro colocado, o tucano Aécio Neves. No início dos trabalhos, o Ibovespa apresentou um forte impacto mas se recuperou em seguida, em aparente calmaria no mercado de ações, após os números serem digeridos ao longo da manhã, em um dia que já apontava ser mais positivo no exterior.
Às 10h19 (horário de Brasília), o índice registrava perdas de 0,03%, a 58.356 pontos, com as ações de estatais e bancos com o declínio mais acentuado da sessão, mas diminuindo fortemente as perdas em relação à mínima do dia. As ações da Petrobras chegaram a abrir em baixa, mas zeraram a queda, enquanto Banco do Brasil tem uma leve alta. “Em suma, acreditamos que a bolsa já tenha precificado em grande parte esta pesquisa”, avaliou, em nota, a equipe de análise da XP Investimentos, destacando que na véspera, em meio aos rumores sobre a pesquisa, o índice já havia caído 1,24%.
O Datafolha, divulgado na madrugada desta sexta pelo diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), surpreendeu parte do mercado ao mostrar que Marina Silva (PSB), sob intenso ataque da presidenta Dilma e de Aécio, continuou em queda. Na simulação de primeiro turno, Dilma obteve 37% das intenções de voto, contra 30% de Marina. E, de acordo com analistas, esta pesquisa mostra que a disputa continuará acirrada entre as candidatas que estão na dianteira das pesquisas de intenção de voto, enquanto Aécio Neves cristaliza-se na terceira posição, fora da corrida eleitoral em um ainda provável segundo turno.
Vantagem nítida
A dianteira de Dilma sobre Marina no primeiro turno, segundo a FSP, “agora é nítida”. O que até a semana passada ainda era um empate técnico se transformou numa inédita vantagem de sete pontos: 37% a 30%”.
“No teste de segundo turno, a tendência é parecida. A dianteira de Marina sobre Dilma nunca foi tão baixa: 46% a 44%, um empate técnico. No fim de agosto, a vantagem da candidata do PSB era de dez pontos (50% a 40%). Nos últimos 20 dias, Marina Silva tem sido alvo de ataques constantes disparados de duas frentes. Por cima, ela sofre um bombardeio de críticas e acusações promovidas pela propaganda de Dilma. Entre outras coisas, Marina foi comparada com presidentes que não terminaram o mandato, acusada de ser aliada dos banqueiros e de desprezar a camada pré-sal do petróleo”, avalia o jornal.
Ainda de acordo com análise da FSP, embora Dilma tenha liderado desde o início as intenções de votos dos eleitores, “sente-se ameaçada por Marina”, principalmente na disputa de um improvável segundo turno. Por baixo, a ex-senadora é atingida por torpedos diários lançados por Aécio. Autor de acusações diretas e indiretas no horário eleitoral e nas entrevistas, o tucano era favorito para disputar um segundo turno com Dilma até o dia em que Eduardo Campos, morto num acidente aéreo, foi substituído por Marina no PSB”.
“Os ataques simultâneos não provocaram uma queda abrupta da ex-ministra do Meio Ambiente. Mas, conforme o histórico de pesquisas, parecem estar sendo eficientes para minar sua candidatura aos poucos. As curvas das intenções de voto suscitam duas dúvidas:
• Primeira: caso Dilma e Aécio mantenham os ataques, a campanha de Marina continuará se desidratando ou, com o tempo, a eficiência dos disparos tende a diminuir?
• Segunda: na hipótese de Marina continuar perdendo força, o ritmo de sua queda será suficiente para uma ultrapassagem de Aécio?
A diferença entre Marina e Aécio chegou a 20 pontos no início de setembro. Hoje, a vantagem ainda pode ser considerara grande, mas é quase metade do que já foi: 13 pontos (30% a 17%).
O dado mais evidente do enfraquecimento de Marina é o aumento de sua rejeição. Pela primeira vez, a taxa dos que dizem que não votariam nela de jeito nenhum (22%) está acima da de Aécio (21%). A diferença está dentro da margem de erro, dois pontos para mais ou para menos. Mas é preocupante para a ex-ministra do Meio Ambiente, considerando-se que sua taxa cresce de forma acelerada, enquanto a de Aécio se mantém estável. Há um mês, só 11% rejeitavam Marina”, diz a análise.
A pesquisa feita na quarta e nesta quinta-feira, com 5.340 entrevistas mostra ainda que Dilma passou liderar nas cinco regiões do país.
No Nordeste, no Norte e no Sul, de forma isolada. No Centro-oeste, a petista está agora numericamente à frente de Marina. No Sudeste, tem menos pontos, mas numa situação de empate técnico.
Marina perdeu votos em diversos segmentos. Ela recuou 4 pontos no Sudeste, 4 entre as mulheres, 4 entre os católicos, 5 junto aos moradores de cidades médias (200 mil a 500 mil habitantes) e 6 entre os eleitores de 25 a 34 anos.
O levantamento do Datafolha foi encomendado pela FSP em parceria com a Rede Globo.

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