terça-feira, 6 de maio de 2014

Censo da pesca e maricultura já começou em 18 municípios

Estima-se que negócios empreguem 16 mil profissionais e gerem R$ 3,5 milhões

PAULO CAPPELLI
Rio - Um levantamento inédito iniciado esta semana indicará o perfil socioeconômico de pescadores e maricultores – produtores de plantas e animais marinhos para consumo humano – em 18 municípios fluminenses. No ano passado, a pesca e a maricultura foram responsáveis por movimentar R$ 3,5 milhões no estado, segundo estudos da Fundação Instituto de Pesca do Rio de Janeiro (Fiperj).
Batizada de Caracterização Socioambiental da Pesca e da Maricultura, a pesquisa está orçada em R$ 2 milhões e é financiada pela Petrobras, como contrapartida exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (Ibama), por conta das atividades de exploração de petróleo e gás feitas pela estatal na Bacia de Santos. O estudo vai abranger a área que vai da costa de Cabo Frio, na Região dos Lagos, até Paraty, no sul do estado.
Pesquisa ajudará a definir ações para melhorar a vida de pescadores
Foto:  Luiz Barros / Divulgação
“O nosso estado, assim como todo o Brasil, ainda carece de dados qualitativos e estatísticos precisos. Esses números são essenciais para melhorarmos a economia da nossa pesca. Para você ver, temos 16 mil profissionais fluminenses cadastrados no Ministério da Pesca, mas nós estimamos que o número seja praticamente o dobro”, diz o diretor de Pesquisa e Produção da Fiperj, o biólogo Augusto Pereira.
Davi Alcântara, geógrafo e gerente executivo do projeto, acredita que o mapeamento resultará em futuras políticas públicas para esses profissionais. “Pela primeira vez teremos uma espécie decenso demográfico voltado para os profissionais da pesca e maricultura no estado. Avaliaremos a renda, quantas pessoas sustentam em casa, quais espécies pescam, o equipamento usado, o tamanho do barco. Isso dará margem para que sejam criadas políticas de assistência técnica, regularização fundiária, seguro defeso (que funciona como seguro desemprego), e direito a futuras indenizações ocasionadas por danos ambientais”, conta.
Ao todo, 24 profissionais serão responsáveis pelo censo, que deve ser estendido também para o Norte do estado.

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