PDT completa 34 anos de lutas pelo povo brasileiro
26 de maio de 2014
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O Partido Democrático Trabalhista completa hoje (26/5) o seu 34° aniversário de fundação, embora suas raízes sejam bem mais antigas, estejam na Revolução de 30 e no PTB fundado por Getúlio Vargas na década de 40. Os trabalhistas perderam a legenda do PTB por duas vezes: a primeira, logo depois da cassação dos direitos políticos do presidente João Goulart e de Leonel Brizola, obrigados a partir para o exílio, quando a ditadura extinguiu os partidos políticos em 1966; e depois, já no final da década de 70,quando a ditadura, já perto do fim, por idéia do general Golbery do Couto e Silva e com a ajuda do TSE, retirou a sigla de Brizola para entregá-la a Ivete Vargas e seus seguidores. (OM)
A reorganização dos trabalhistas em um partido político, sob a liderança de Brizola, começou a acontecer no Encontro de Lisboa de junho de 1979, quando reuniu os trabalhistas que viviam no Brasil e os trabalhistas do exílio para refundar o PTB, com a ajuda do então presidente de Portugal, Mario Soares. A ideia central era refundar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) a partir da divulgação da Carta de Lisboa, um documento político com uma profunda análise da situação que o Brasil vivia naquele momento, espécie de certidão de nascimento do novo PTB sonhado por Brizola que, no encontro, fez marcante discurso sobre o partido que queria criar.
Mas a ditadura militar, ainda presente na vida brasileira, impediu que Brizola ficasse com a sigla PTB até porque tão logo a notícia chegou ao Brasil numerosas e importantes figuras da política nacional se filiaram ao novo PTB, ao lado de Brizola, e por isso era importante para os detentores do poder, tentar “cortar o mal pela raiz”. Daí a manobra de Golbery, com ajuda do TSE, de tirar a sigla de Brizola – achando que com isso conseguiriam derrota-lo.
Brizola reagiu. Escreveu as três letras do PTB em uma folha de papel, rasgou-a em frente as câmaras de televisão, chorou, e partiu para a fundação do PDT.
Uma semana depois da sigla ser tirada das mãos de Brizola os trabalhistas autênticos se reuniram no Palácio Tiradentes, sede da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, para o Encontro Nacional dos Trabalhistas, que contou com a participação de mais de mil pessoas, para anunciar a adoção da nova sigla dos trabalhistas dali para frente, o PDT.
No dia 25 de maio, em outra reunião, desta vez na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na rua Araújo Porto Alegre, na Cinelândia, foram aprovados o programa, o manifesto e os estatutos do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a nova sigla do velho PTB getulista – agora sob a firme liderança de Brizola, herdeiro do legado político dos legados políticos de Getúlio Vargas e João Goulart.
O PDT inicialmente se organizou em em nove Estados, sobretudo a partir do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e partiu para a disputa das eleições de 1982. O autoritarismo, ainda vigente, baixou normas draconianas para favorecer o partido do poder – o PDS, antiga Arena, hoje PPB – e restringir brutalmente os partidos de oposição e uma dessas medidas foi a vinculação do voto – era uma eleição com sete opções de voto – o eleitor, por casuísmo, foi obrigado a votar em todos do mesmo partido – sob pena de anulação de sua escolha.
Só que na primeira eleição realmente democrática para governador, ainda na fase de transição da ditadura, a de 1982, o PDT elege Brizola governador do Rio de Janeiro, dois senadores – um no Rio e outro em Brasília –, 24 deputados federais, credenciando-se como uma das principais forças políticas do país. Nesta mesma eleição, é bom lembrar, Lula disputou o governo de São Paulo pelo seu também recem fundado PT , e ficou em 6° lugar.
Em 1983, antes da posse de Brizola, os pedetistas fazem nova reunião nacional, em que tiram a Carta de Mendes, cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro que abrigou o encontro. Nesse documento, eles traçam as diretrizes da ação políticapara a realidade do novo Brasil saído das urnas naquela ocasião.
Para lembrar esta história reunimos textos e vídeos que consideramos importantes para entender os objetivos e a missão política do PDT, incluindo a ‘Carta Testamento’ de Getúlio Vargas – o maior de todos os documentos que balizam a ação política do PDT.
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