sábado, 6 de julho de 2013

A centenária Igreja de Sant´Anna recebe iluminação especial



Mais um momento especial de comemoração pelos 200 anos de Macaé aconteceu na noite desta sexta-feira (5). A cerimônia de acionamento da iluminação de patrimônios históricos da cidade começou pela centenária Igreja de Sant'Anna. O evento foi aberto pelas crianças da catequese da Confraria de Nossa Senhora de Sant´Anna, que cantaram os Hinos Nacional e do município.


A vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico, Gisele Muniz, afirmou que a história de Sant´Anna está sendo reescrita. “Este espaço é um marco inicial do nascimento da nossa cidade. Começa com os Jesuítas e prossegue até os dias atuais. As próximas gerações vão assistir a importância da sua irmandade. Hoje estamos reconhecendo a grandeza de Sant´Anna e a participação desse local no decorrer do desenvolvimento do município”, ressaltou. 


Para o presidente da Fundação Macaé de Cultura (FMC), Juliano Fonseca, as ações de valorização dos patrimônios históricos são um compromisso do governo. “Temos que assumir a transmissão de heranças históricas e protagonizar em conjunto com a comunidade os valores do nosso passado”, frisou Juliano.


A dona de casa Maria Dirce da Silva, 56 anos, mora em Macaé há 12 anos, no bairro Botafogo, próximo a igreja de Sant´Anna. “Estou encantada com essa iluminação. Um patrimônio histórico desse não pode deixar acabar. Percebo que tudo foi feito com muito amor”, disse Maria acrescentando que sempre participa das atividades da igreja. 


A introdução da lenda de Sant´Ana foi apresentada pela secretária de Desenvolvimento Social, Ivânia Ribeiro, e, em seguida, encenada pelo grupo da Confraria de Nossa Senhora de Sant´Anna. Também ocorreu a abertura do Museu da Igreja de Sant'Anna, onde estão em exposição peças históricas. 


Com o tema “Nossa gente, nossa história, nosso maior patrimônio”, o município completa no dia 29 de julho dois séculos de existência com uma vasta programação até esta data. Outros patrimônios históricos receberão a iluminação especial, como a Igreja de São João Batista, Nova Aurora, Solar dos Mellos, entre outros. 


A igreja

Os primeiros registros dos Jesuítas em Macaé datam em 1634. No princípio foi fundada, à margem do rio Macaé e próxima ao Morro de Sant´Anna, uma fazenda agrícola. No correr dos anos, ela ficou sendo conhecida como Fazenda de Macaé ou Fazenda do Sant´Anna. Na base do morro, entre este e o rio, levantaram um engenho de açúcar com todas as dependências e lavouras necessárias. Além do açúcar, produziam farinha de mandioca em quantidade e extraíam madeira para construções navais e edificações. No alto do morro foi construído um colégio, ao lado uma capela e um pequeno cemitério, que guarda até hoje os restos mortais de alguns Jesuítas. Em 1759, a fazenda foi incorporada aos bens da coroa pelo desembargador João Cardoso de Menezes. Nesta ocasião os Jesuítas foram expulsos do Brasil, imposição feita pelo Marquês de Pombal. A Igreja de Sant´Anna foi fundada um século mais tarde, em 1896, e hoje é um patrimônio da cidade.


Lenda de Sant´Anna

Conta a lenda que a imagem de Sant´Anna foi encontrada por pescadores, numa das Ilhas do Arquipélago que lhe dá o nome (Ilha de Sant´Anna). Trazida para o povoado, a imagem teria sido colocada no Altar Mor da Capela dos Jesuítas, desaparecendo misteriosamente no dia seguinte. Foi encontrada alguns dias após, na ,e levada novamente à Capela. O fato repetiu-se mais duas vezes. Na terceira fuga, concluíram os devotos que a Santa sentia saudades da ilha que era avistada do Altar da Capela. Desta forma reedificaram o templo, voltando sua fachada frontal para o ocidente, onde a Santa não divisaria mais o mar e o arquipélago de onde viera.

 Fotos: Bruno Campos

Nenhum comentário:

Postar um comentário