quinta-feira, 29 de maio de 2014

28/05/2014 20h12 - Atualizado em 28/05/2014 20h12

UFF ameaça retirar cursos de Macaé, RJ, e culpa a Prefeitura

Reitor da instituição comunicou todos os alunos sobre fim dos cursos.
Prefeito disse que não deixará cursos acabarem na cidade.

Júnior CostaDo G1 Região dos Lagos
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Funemac Macaé (Foto: Divulgação)A UFF assim como a UFRJ funciona na Cidade Universitária, mantida pela FUNEMAC (Foto: Divulgação)
O reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles, comunicou oficialmente aos estudantes, professores e funcionários que a partir do próximo dia 4 de junho os cursos no campus de Macaé, no interior do estado do Rio, serão extintos. O comunicado pegou todos de surpresa. O e-mail enviado em tom de indignação por falta de estrutura para atender os alunos diz que a Prefeitura e o Governo do Estado não cumpriram acordos selados no ano passado.
"Estamos indo no dia 4 de junho para uma decisão muito difícil que é nos retirar de Macaé. Estamos cansados de promessas e conversas fiadas com a Funemac e o prefeito (Dr. Aluízio Junior). Hoje conseguimos com o MEC mais dois cursos e já alocamos 10 códigos de vaga e agora seriam mais 12 para os cursos novos, além de um grande números de funcionários", diz parte do e-mail enviado aos alunos e professores.
Roberto Salles foi procurado pela reportagem do G1 e disse que a decisão está selada. Contou ainda que a UFF cumpriu todo o combinado por ela durante a negociação, inclusive, a ampliação do curso.
"Não temos estrutura hoje para atender nossos alunos. Não quero nada além de algumas poucas salas. Não temos nem isso. Chega de conversa com o município, com quem negociamos há muito tempo. O espaço nos foi prometido no final do ano passado e estamos no mês de maio. Não temos espaço para biblioteca, nada. Nossa parte fizemos, criamos dois novos cursos, que éhotelaria e turismo", desabafou Roberto Salles. 
"A estrutura atual é insuficiente e quando fizemos o vestibular o local do curso do edital indicava Macaé, então temos que concluir aqui. Muito fácil abandonar a cidade para a UFF, mas e os alunos?", questionou o universitário Guilherme Pina.
Questionado sobre a situação dos alunos o reitor usou a frase do deputado federal Tiririca, durantecampanha eleitoral em 2012. "Pior do que está não tem como ficar. Não temos nada hoje. Tenho certeza que as cidades vizinhas vão absorver esses alunos", comentou. 
Dr. Aluizio Junior, prefeito de Macaé, disse que não vai deixar a UFF sair da cidade. Disse que um entendimento entre UFF e UFRJ está sendo trabalhado para que a antiga estrutura, que abrigava osalunos da UFRJ passe para a UFF. 
gestor municipal contou ainda que espera que "a UFF reine em Macaé, como as demaisinstituições de ensino", mas que isso aconteça tudo precisa ser feito dentro da legalidade, atendendo as leis. 
"Vamos dar a UFF tudo o que ela precisa para funcionar em Macaé e continuar atendendo nossos moradores e formando nossos alunos. Queremos, inclusive, que os cursos sejam ampliados, mas precisamos atender uma série de critérios e vamos atendê-los", prometeu. 
Confira na íntegra o e-mail enviado pelo reitor da UFF aos alunos, professores e funcionários da instituição. 
"Boa noite a todos!
Peço que repassem a todos, alunos, professores, funcionários, funemac e prefeito.
O prazo dado pela UFF expirou dia 25 de maio.
A UFF na nossa gestão cumpriu rigorosamente o que se comprometeu. Alocamos professores e funcionários através de concursos.
Sairemos, porém denunciaremos publicamente a toda a comunidade de Macae o pouco caso do prefeito, equipe e o atual governador do estado.
Sairemos, porém não pacificamente.
Vamos preparar marerial de divulgação e espalhar por toda a cidade, denunciando o prefeito,Funemac e o governo do estado, pela opção de excluir a UFF .
Que é a universidade mais interiorizada e o maior projeto de expansão do Brasil.
Abs.
Roberto Salles.
Reitor"

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