Cabral entre os denunciados por ex-diretor da Petrobras
Publicado em 06/09/2014
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Da Redação, com Portal Brasil 247
O depoimento do ex-presidente da Petrobras, Paulo Roberto Costa, amparado pelo sistema "delação premiada", coloca em polvorosa, principalmente, o PMDB, o PT e o PSB. Os nomes apontados por ele como beneficiários de um sistema de corrupção na Petrobras estão diretamente ligados aos candidatos à presidência da República Dilma Rousseff (à reeleição) e Marina Silva. Também o ex-governador do Rio de Janeiro, principal articulador da candidatura à reeleição do atual, Luiz Fernando Pezão, que com ele "dividia" o governo, está denunciado. A revista Veja traz o "escândalo" nas páginas da edição que circula neste final de semana.
Os principais nomes denunciados por Paulo Roberto Costa são Edison Lobão (PMDB), ministro das Minas e Energia; João Vaccari Neto (PT), secretário nacional de finanças do partido; Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara; Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado; Ciro Nogueira (PP-PI), senador e presidente nacional do partido; Romero Jucá (PMDB-RR), senador e ex-líder dos governos FHC, Lula e Dilma; Cândido Vaccarezza (PT-SP), deputado federal; João Pizzolatti (PP-SC), deputado federal; Mario Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades, ex-deputado e atual conselheiro do TCM-BA; Sergio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro; e Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão.
No Rio de Janeiro a matéria provoca um verdadeiro rebuliço e a expectativa é grande quanto à possibilidade de o envolvimento de Cabral (que renunciou do governo em abril deste ano) no esquema de corrupção, delatado pelo ex-diretor da Petrobras, explodir diretamente na candidatura do governador Pezão (PMDB), que até assumir oficialmente o cargo, há cerca de cinco meses, era considerado "governador de fato", em razão do grande poder de interferência na administração. O assunto deverá ter desdobramento no Congresso Nacional, onde o pedido de instalação de uma CPI para apurar os fatos está previsto para amanhã.
Portal de notícias retrata o que diz a Veja
O assunto é retratado pelo portal de notícias Brasil 247, em matéria que O Diário transcreve na íntegra. "A capa da revista Veja deste fim de semana, que traz a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, tem a mesma estratégia - e até a estética, com fundo vermelho - já usada com Marcos Valério, em setembro de 2012. O objetivo da 'edição memorável', como chama a própria publicação em carta ao leitor, é fazer com que o escândalo atual tenha, no imaginário nacional, o mesmo peso do chamado mensalão e mude o rumo das eleições de 2014.
Costa, que foi preso duas vezes durante investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, começou a falar na sexta-feira 29, depois de um acordo de delação premiada com a Justiça para diminuir sua pena. Os depoimentos têm sido longos, os primeiros de cerca de quatro horas, relatou ontem o serviço Broadcast da Agência Estado. De um homem eficiente a todos na diretoria de Abastecimento e refino da petroleira entre 2004 e 2012, Costa contou temer, quando soube que a delação estava sendo noticiada na imprensa, ser uma espécie de 'arquivo vivo'.
O esquema partia de grandes empresas - a maior citada por ele é a Camargo Corrêa - que, para fechar contratos milionários com a Petrobras, transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos da base do governo e a políticos. Estes, antes de receber, tinham o dinheiro lavado por doleiros. Por envolver nomes que, na Justiça, teriam foro privilegiado, o assunto passou a ser acompanhado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas mais de 40 horas de depoimento à Polícia Federal, Paulo Roberto Costa menciona, segundo a revista, governadores, como Sergio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e o falecido Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco; seis senadores, o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, e pelo menos 25 deputados federais como parte do esquema. Nesta sexta-feira 5, a imprensa divulgou que o número de deputados poderia chegar a 62.
Entre os deputados estão Cândido Vanccarezza (PT-SP) e João Pizzolatti (PP-SC); entre os senadores, Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR). O ex-ministro das Cidades e ex-deputado federal Mário Negromonte, do PP, é citado como destinatário da propina.
O texto de Veja compara o esquema atual com o chamado mensalão - 'lembrará em muito outro grande escândalo recente da polític' - e envolve o ex-presidente Lula, que teria conversas diretas com Paulo Roberto Costa. A verdade é que, como um diretor importante da maior estatal do País, nada há de anormal em tratar com o presidente da República. E apesar dos depoimentos, nenhuma prova do envolvimento dos políticos mencionados foi apresentada até aqui".
FONTE- O DIÁRIO - 6 -9- 2014
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