domingo, 23 de junho de 2013

Brasilieros fazem ato pacífico na Austrália


Brasileiros e australianos pediram

 mais investimentos em saúde e educação e o fim da corrupção

Supresos com a dimensão do protesto, os organizadores lembraram que o objetivo inicial era reunir cerca de 20 amigos, mas 1,8 mil pessoas confirmaram presença Foto: Liz Lacerda / Especial para Terra

Ao som do Hino Nacional, a comunidade brasileira de Sydney, na Austrália, se reuniu no Hyde Park, um dos principais parques da área central da cidade, em um ato pacífico de apoio aos protestos que vêm ocorrendo no País. Carregando cartazes e gritando palavras de ordem, cerca de 500 manifestantes brasileiros e australianos pediram mais investimentos em saúde e educação e o fim da corrupção, impunidade e violência policial.


Supresos com a dimensão do protesto, os organizadores lembraram que o objetivo inicial era reunir cerca de 20 amigos, mas 1,8 mil pessoas confirmaram presença. "Superou todas as nossas expectativas. Estamos do outro lado do planeta, mas cansamos de ficar só olhando e compartilhando coisas no Facebook. É muito importante o povo brasileiro saber que tem apoio no mundo inteiro", declarou Júlio Lustosa, um dos organizadores da manifestação.

O protesto, que também foi divulgado pela imprensa local, contou com a participação de estrangeiros e de organizações não-governamentais australianas. "É a mesma coisa em todos os lugares: o dinheiro do governo vai para as elites, enquanto as necessidades básicas da população são ignoradas. Vivemos em uma sociedade globalizada e é maravilhoso ver que a população brasileira está vindo às ruas para protestar contra as prioridades de gastos do seu governo", afirmou Mark Goudkamp, integrante da Refugee Action Coalition, ONG de apoio ao réus.
Apoio da Turquia
A estudante turca Cidgem Guzel carregou cartazes de apoio, dizendo que seu povo "também está protestando e penso que é muito importante mostrar solidariedade ao Brasil, porque as pessoas unidas podem definitivamente mudar a situação nos nossos países”.

A publicitária brasileira Camila Macagnan concordou. “Não é fácil, mas tenho certeza que o povo unido pode transformar a realidade. Não é somente a questão dos R$ 0,20, estamos lutando por melhores condições e melhor infraestrutura no Brasil, que é o nosso país do coração não importa onde estejamos", enfatizou.


Durante mais de duas horas e resistindo à chuva que começou durante o protesto, os jovens criticaram o governo, os políticos e os investimentos na Copa do Mundo. “Queremos mostrar que há brasileiros preocupados com a construção de um país melhor para todos. Eles não podem fazer o que querem com nosso dinheiro, que é público, que era para ser utilizado em benefício da sociedade e não em benefício deles”, criticou o estudante Felipe Teles.


Observados pela polícia do estado de New South Wales, os participantes terminaram a manifestação de forma pacífica, prometendo acompanhar de perto o desenrolar dos acontecimentos no Brasil. “Embora estejamos morando longe, a gente também se preocupa com nossa família e amigos. Nós amamos o Brasil e muitos de nós gostaríamos de voltar para um país melhor”, destacou Julia Harger, assistente de marketing.


“Independente da distância, essa onda de patriotismo que tomou conta do Brasil acabou nos motivando a dedicar nosso tempo e nossa voz para finalmente reivindicar nossos direitos. A gente não tem a voz passiva. Neste momento, a gente tem a voz ativa que vai mudar o Brasil para melhor”, completou o estudante Lucas Santos de França.



Colaborou com esta notícia o internauta Eduardo Souza, de Gold Coast (Austrália), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra.

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