segunda-feira, 17 de junho de 2013

Rio em pé de guerra:

PMs foram feridos e 

encurralados dentro de prédio da Alerj

"Gazeta do Litoral" online - Pelo menos 80 policiais militares estão feridos e sitiados dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), informou há pouco à Agência Brasil o presidente da instituição, deputado Paulo Melo. Ele reagiu com indignação à tentativa de invasão da Alerj por manifestantes, que qualificou de "baderneiros".


“Ninguém mais do que eu defende o direito à liberdade de expressão, à livre manifestação”, disse. Ele explicou, porém, que uma coisa é a pessoa reivindicar direitos, lutar por alguma coisa que tem um objetivo. “Outra coisa é o prazer de destruir”. Melo criticou o fato de a manifestação começar por uma causa e terminar sem causa alguma. A manifestação, reiterou, começou pacífica e, ao seu final,  “as pessoas vão embora, mas os baderneiros ficam. O que está acontecendo na assembleia é um ato contra a democracia”.

O deputado disse que existem policiais militares feridos dentro da Alerj, muitos apedrejados pelos manifestantes. A ordem dada por Melo era que os policiais não reagissem às provocações e não usassem violência, limitando-se a proteger o patrimônio.


Segundo o presidente da Alerj, os manifestantes ameaçam incendiar as instalações. “É por isso que nós lutamos?”, questionou. “Esse é o princípio da democracia?” Para Melo, trata-se de uma ameaça ao Poder Legislativo. Sua orientação é para que se proteja a Alerj. “O que eles querem é o enfrentamento, que nós não queremos. Nós estamos evitando ao máximo esse tipo de atitude”.

 Gritando palavras de ordem como "Não é Turquia, não é a Grécia, é o Brasil saindo da inércia", "não tenho partido" e "abaixa a bandeira", em direção a militantes de partidos políticos com o PSTU e PSOL, a manifestação contra o reajuste das passagens de ônibus toma praticamente toda a avenida Rio Branco, no centro. 



A Polícia Militar estimou em cerca de 40 mil pessoas até as 18h. Os organizadores não fizeram estimativa após o início da caminhada, mas a multidão ocupava, de forma compacta, cerca de 800 metros da avenida Rio Branco. A avenida tem 33 metros de largura. 



No final da passeata, por volta das 19h30, os manifestantes se dividiram. Enquanto parte seguia para a Cinelândia, um grupo grande dobrou na rua Araújo Porto Alegre, rumando em direção ao prédio da Assembleia Legislativa do Rio. 



A polícia fechou o trânsito na avenida Antônio Carlos, que leva para a Alerj. Em um carro de som, um manifestante gritou: "ocupamos o Congresso Nacional". A multidão começou a gritar: "ocupa, ocupa, ocupa a Alerj" e "isso aqui vai virar um inferno". 



Um manifestante soltou uma bomba do tipo cabeção de nego e foi vaiado pelos outros manifestantes.


Das janelas dos prédios comerciais, pessoas jogam papel picado e acenam com panos brancos. Muitos manifestantes também vestem branco e levam flores. Uma gigantesca bandeira branca é carregada pelos participantes, a maioria jovens estudantes. 



Ao final do dia, pessoas que saiam do trabalho, muitos usando terno, se somaram à multidão. As avenidas Presidente Vargas (no sentido Cinelândia) e Rio Branco estão fechadas ao trânsito. 



Cerca de 600 estudantes da UFRJ (Universidade Federal do Rio) sairam do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) no centro do Rio em direção à Igreja da Candelária. 



São alunos de várias faculdades da UFRJ de diferentes pontos da cidade que vieram em grupos de dez, para evitar a repressão policial. 



"O povo brasileiro está se conscientizando de lutar pelos seus direitos", disse Carolina Genoves, 24, estudante de Direito. 



Já era intensa a movimentação de pessoas saindo do trabalho por volta das 16h30 no centro do Rio. Muita gente caminhava rápido nas ruas e recorria ao metrô. Diversas lojas e prédios comerciais estavam fechados, com seguranças do lado de dentro observando a movimentação através dos vidros. 



O trânsito também estava muito mais intenso do que o normal para o período. Na semana passada, outro dois protestos, de menor dimensão, tomaram as ruas do Rio. 



Participando da passeata, o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), disse ser "natural" o movimento, com as pessoas "reagindo à hegemonia de partidos que esqueceram seu programa original. É como o vômito necessário para depois se alimentar de novo", disse, descendo a Rio Branco. 



À frente da passeata seguiam dois carros e duas motos da Polícia Militar, mais 50 guardas municipais.

Militante do PSTU e funcionário da Petrobras, Fábio Pardal foi "convidado" pelos manifestantes a sair da frente da passeata. Pardal carregava uma bandeira de seu partido. 




"Lutamos muito durante a ditadura para termos o direito de nos organizar. Essa crítica aos partidos é causada pela classe política, principalmente pela decepção com o PT", disse. 



AS PALAVRAS DE ORDEM
 

As palavras de ordem ouvidas na manifestação que ocupa o centro do Rio vão desde reclamações contra o preço das passagens à referências à Turquia. 



A multidão grita "se a passagem não baixar, o Rio vai parar" e "mãos ao alto, a passagem é um assalto" 



Alguns se dirigem aos policiais que acompanham a passeata cantando "querido fardado, seu filho anda de táxi?" 



Outros gritam "Argentina", referência ao fato de o prefeito Eduardo Paes ter dito em entrevista ao jornal inglês "The Guardian" que "se mataria" caso o Brasil perca para a Argentina na final da Copa do Mundo. 



Em determinado momento, os manifestantes começaram a gritar "acabou o amor, isso aqui vai virar Turquia" e xingavam o governador do Rio, Sérgio Cabral. 


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