Datafolha aponta: Joaquim Barbosa
lidera corrida presidencial
Apesar de não figurar na lista de pré-candidatos ao Palácio do Planalto,
o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa,
aparece como o preferido dos manifestantes paulistanos para suceder
Dilma Rousseff, mostra pesquisa do Datafolha realizada nessa
quinta-feira (20).
De acordo com o instituto, Barbosa foi mencionado por 30% dos
entrevistados, contra 22% da ex-senadora Marina Silva, que tenta montar a
Rede Sustentabilidade para concorrer ao Planalto em 2014. Dilma (PT)
aparece em terceiro na lista, com 10% das menções.
O levantamento foi realizado durante os protestos de ontem na avenida Paulista, região central da cidade.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), com 5%, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 1%, vêm logo a seguir.
A margem de erro da pesquisa, que entrevistou 551 manifestantes, é de 4
pontos percentuais para mais ou para menos. No limite, Barbosa e Marina
poderiam ter 26% das preferências, mas, segundo o Datafolha, a
probabilidade de que esse cenário seja real é muito pequena.
DESCOMPASSO
A última pesquisa nacional do Datafolha para a corrida de 2014
--finalizada no dia 7, antes da onda de manifestações que tomou conta do
país-- mostrava Dilma na liderança, com 51% das intenções de voto no
cenário mais provável, sete pontos percentuais a menos do verificado no
levantamento anterior, de março.
Marina (16%) e Aécio (14%) estavam empatados em segundo lugar.
No cenário em que o nome do presidente do Supremo aparece, ele tinha 8%
(levada em conta só a população da cidade de São Paulo, o ministro
atingiria 11%).
Barbosa teve ampliada a sua exposição nacional desde o ano passado
devido ao julgamento do mensalão, processo que ele relatou e que
resultou na condenação de 25 réus, entre eles a antiga cúpula do PT.
Seu nome ganhou força nas redes sociais como possível candidato à
sucessão de Dilma. Para isso, ele teria que deixar o STF e se filiar a
um partido político até o início de outubro deste ano --um ano antes das
eleições.
Até agora, Barbosa não tem manifestado intenção de se candidatar à
Presidência. Em dezembro, após o Datafolha mostrá-lo com até 10% das
intenções de voto para a Presidência, ele reiterou ser um "ser
absolutamente alheio a partidos políticos", mas se disse lisonjeado com
os números.
"A pesquisa me deixou evidentemente lisonjeado. Qual brasileiro não
ficaria satisfeito em condições idênticas à minha. Ou seja, pessoa que
nunca fez política, nunca militou em partido político, nem mesmo em
associações, sempre dedicou a sua vida ao serviço do Estado brasileiro,
da sociedade brasileira, espontaneamente se ver contemplado com números
tão alvissareiros. Evidente que isso me deixou bastante lisonjeado e
agradecido também àqueles que ousaram citar meu nome", afirmou à época.
REJEIÇÃO
Além da preferência por Barbosa, que não pertence a um partido político,
os números também mostram rejeição dos manifestantes aos nomes
colocados até o momento para a disputa. Ao todo, 27% dos entrevistados
disseram que não votariam em nenhum dos candidatos.
Esse percentual é mais de três vezes superior ao observado na pesquisa
nacional do Datafolha do início do mês. Na época, 6% dos eleitores
disseram que votariam em branco, nulo ou não manifestaram preferência
por nenhum candidato (11% se considerados apenas os eleitores
paulistanos).
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