A presidente Dilma Rousseff
enviou ao Tribunal Superior Eleitoral um pedido de informações técnicas
para a realização de um plebiscito sobre a reforma eleitoral.
Na última reunião do TSE antes do recesso, a presidente Cármen Lúcia
leu uma carta que recebeu nesta segunda-feira (1º) da presidente Dilma
Rousseff. Nesta terça-feira ela se reúne com presidentes dos Tribunais
Regionais Eleitorais.
“Os órgãos técnicos desse tribunal estão fazendo um estudo para saber,
conforme me consulta a senhora presidente, o tempo mínimo e os
procedimentos”, disse a presidente do TSE.
No plenário do TSE, o ministro Gilmar Mendes
criticou a iniciativa. “O executivo não tem papel nessa matéria. É o
próprio Congresso Nacional, e só o Congresso Nacional. Não há sequer
iniciativa popular. Então veja, Vossa Excelência, que as coisas estão
mal organizadas já desta perspectiva”, apontou.
“Todos nós temos a preocupação exatamente com a legalidade e com a
constitucionalidade e, por isso mesmo, o que ela diz não é que vai
mandar, nem que vai remeter. É que como ela sugeriria a membros do
Congresso, ela está tendo o cuidado, que eu acho que realmente é um
cuidado respeitoso, com o Justiça Eleitoral”, afirmou Cármen Lúcia.
O Palácio ainda está fechando a mensagem que pretende enviar na terça
ao Congresso com a proposta de plebiscito. Nesta segunda, o vice-líder
do governo na Câmara disse que quer ser o relator e defendeu a consulta
popular.
“O problema é que se o plebiscito traz desafios, e desafios que nós
vamos ter que superar, a vida parlamentar tem colocado desafios que não
retiram a reforma política da gaveta, essa é a verdade”, declarou o
deputado Henrique Fontana, PT–RS, vice-líder do governo.
Mas, a oposição discorda.
“Não podemos fazer uma reforma que seja para perpetuar ou ampliar o
tempo de permanência do PT no governo. Temos que fazer uma reforma para
dar maior representatividade aos partidos políticos, dar mais eficiência
ao processo político e obviamente mais conexão dele com a sociedade”,
destaca o senador Aécio Neves, do PSDB-MG.
Na Câmara, prevendo dificuldades na elaboração de um texto para o
plebiscito, o presidente Henrique Eduardo Alves decidiu criar um grupo
de trabalho para discutir a reforma política. Os parlamentares terão 90
dias para fazer uma proposta que, segundo ele, será um plano b, para o
caso de a realização do plebiscito não ser aprovada no Congresso
Nacional. Aí, a população seria consultada depois, em um referendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário