Mais de 40 ambulâncias com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI),
avaliadas em R$ 104.520, cada, estão paradas em um pátio da
concessionária Renault, em Piratininga, há cerca de sete meses, segundo
moradores da Região Oceânica de Niterói. Os veículos, que exibem a
logomarca do governo estadual nas laterais, além do nome da Secretaria
de Saúde, atraem a atenção por estarem parados no local há tanto tempo,
apesar de serem novos e aparentemente prontos para atender à população.
-
Gostaria de saber se o governador Sérgio Cabral tem ciência de que
esses carros estão aqui este tempo todo e com o mato crescendo em volta,
quando poderiam estar circulando e atendendo à população? - questiona o
comerciante Sérgio Nogueira, de 47 anos.
Moradores que não
quiserem se identificar contaram que os veículos começaram a chegar aos
poucos, mas a maioria está no local desde março. Para a dona de casa Ana
Maria Fernandes, de 57 anos, nada justifica as ambulâncias paradas,
quando poderiam estar ajudando a salvar vidas.
- A maioria da população depende do atendimento público e estes carros poderiam estar servindo a essas pessoas - defende.
As ambulâncias estão em um estacionamento sem cobertura e chão
de terra com vegetação crescendo em volta, na Estrada Francisco da Cruz
Nunes.
A Secretaria estadual de Saúde informou, através da
assessoria de imprensa, que os veículos que estão no local fazem parte
de um lote de 50 carros adquiridos através de licitação finalizada em
2012. No mesmo processo foram compradas outras 150 ambulâncias básicas,
ao custo unitário de R$ 95.790.
Ainda de acordo com a secretaria,
as ambulâncias chamadas avançadas (com UTI) fazem parte de um processo
de compra programado e serão retiradas do local gradativamente.
Oito
já foram encaminhadas a cinco unidades recém-inauguradas, segundo a
assessoria. As demais vão atender a situações como renovação da frota
dos hospitais e UPAs, em caso de perda total, e implantação de novos
serviços ao longo deste ano.
Subsecretária: ‘É estoque regulador’
A
subsecretária de unidades próprias da Secretaria de Saúde, Ana Lúcia
Neves, disse, ao “RJTV”, que “tende a não faltar” ambulâncias nas
unidades estaduais. Isso, segundo ela, porque os veículos estão sendo
substituídos gradativamente.
- Estamos fazendo a substituição progressiva, à medida que as ambulâncias vão saindo de uso — explicou.
A
subsecretária acrescentou que a vantagem de as ambulâncias ficarem no
terreno da concessionária é que, desta forma, ficam cobertas pela
garantia do fabricante.
- Toda unidade de saúde de grande porte,
como é o caso do Estado, tem que ter um estoque regulador para
planejamento - disse a subsecretária, se referindo às UTIs móveis que
estão estacionadas no terreno da concessionário em Niterói.
Confira a íntegra da resposta da Secretaria estadual de Saúde:
A
Secretaria de Estado de Saúde realizou processo de licitação em 2012
para a aquisição de 150 ambulâncias básicas e 50 avançadas (UTI), nos
valores unitários de R$ 95.790,00 e R$ 104.520,00. O primeiro lote de 50
ambulâncias UTI já foi entregue pela empresa vencedora e são destinadas
ao transporte entre unidades hospitalares estaduais (não confundir com
SAMU, que pertence à Secretaria de Defesa Civil).
Estes veículos servem:
1.
Para renovação gradativa da frota de hospitais e UPAs do Estado (quando
há perda total quer por avaria, quer por problemas mecânicos);
2.
Para atender novas unidades de saúde inauguradas (Exemplo das já
distribuídas: Hospital São Francisco de Assis (4), Instituto Estadual do
Cérebro (1), Hospital Estadual da Criança (1), Centro de Trauma do
Alberto Torres (1), Hospital da Campanha (1));
3. Para
implantação de novos Serviços Especializados ao longo de 2013 (Exemplo:
Programa do AVC do Instituto Estadual do Cérebro (serão 10 ambulâncias
até setembro) e o futuro Programa Estadual do Infarto do Miocárdio
(Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, com mais 15
ambulâncias até outubro);
4. Para o Plano de Contingência da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude;
O
segundo lote de 150 ambulâncias básicas está sendo entregue pela
empresa vencedora da licitação. Os veículos serão distribuídos a
municípios de pequeno porte, com critérios definidos:
Ou seja
houve planejamento para tudo, pois um processo licitatório de aquisição
de ambulância pode demorar de 6 meses a 1 ano (3 a 6 meses o processo
administrativo e de 3 a 6 meses o prazo de entrega). A Secretaria de
Estado de Saúde preparou-se para ter disponíveis todas as ambulâncias
que precisa ao longo de 2013.
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