O governador Sérgio Cabral, em nota, garantiu que a política de segurança do Rio de Janeiro
vai ser mantida, apesar da substituição do comandante-geral da Polícia
Militar. O coronel Erir Ribeiro da Costa Filho foi exonerado na
segunda-feira (5), após um ano e dez meses no cargo.
"O secretário Beltrame, da Segurança, escolhe o comandante da PM, a ele
hierarquicamente subordinado. O governador tem dito e repetido que
delega o comando da Segurança ao secretário Beltrame. O governador deixa
claro que a mudança de comando na PM em nada muda a política de
pacificação", diz a nota.
"Quero agradecer toda a dedicação, lealdade e seriedade do coronel
Costa Filho à causa pública e ao serviço da Segurança Pública em nosso
estado. Costa Filho é um exemplo de oficial", disse Cabral em nota.
Expectativa é grande, nesta terça-feira (6) para a divulgação do nome
do novo comandante-geral da Polícia Militar. Durante o fim de semana, o
secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, se disse muito
insatisfeito com a medida tomada pelo coronel de anistiar cerca de 450
PMs por crimes administrativos.
Punições, que segundo o coronel, vale apenas para crimes leves, como
faltas e atrasos e questões internas. Segundo o coronel, policiais
punidos durante as manifestações não foram anistiados. Com a saída de
Erir Ribeiro, a decisão sobre o decreto de anistia dos policiais caberá
ao novo comandante.
O comentarista de segurança do Bom Dia Rio, Rodrigo Pimentel, disse que
política de segurança do estado é um projeto do secretário Beltrame.
Ele informou ainda que existe um planejamento para implantação de uma
Unidade de Polícia Pacificadora na Maré, no Subúrbio do Rio para os
próximos dias e que deve sofrer um pequeno atraso por causa da mudança
no comando da PM.
,
“O novo comandante da PM é o executor dessa política. O que pode
acontecer é um pequeno atraso da próxima UPP. Uma UPP exige muito
planejamento muito acerto com a Polícia Federal, com a Marinha. Isso
deve atrasar um pouco”, calcula Pimentel.
Ele disse que a exoneração não foi causada pela anistia, que é uma das
atribuições do cargo de comandante-geral. Pimentel destacou que o
coronel Erir, ao assumir o posto prometeu fazer uma faxina na PM e foi o
oficial que mais afastou policiais por desvio de conduta, mais de 300
PMs.
“Essa punição era administrativa. Mas anistia do jeito que foi feita,
chocou a sociedade, com pouca transparência no boletim reservado”, disse
o especialista.
Segundo Pimentel, já existia uma mágoa do comandante-geral com o
secretário de Segurança Pública e ele já despachava diretamente com o
governador Sérgio Cabral. Uma afronta à hierarquia.
“Esse é o quinto comandante da PM na gestão do secretário Beltrame. A
quinta tentativa do secretário em seis anos. Ele errou cinco vezes. Já
existia um desgaste”, disse o especialista que acredita que o secretário
buscará um novo comandante mais próximo a ele e engajado no processo de
pacificação da cidade.
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