Entrou no segundo dia nesta sexta-feira (18) a greve dos petroleiros.
Na Bacia de Campos, das 42 plataformas, 39 estão com as atividades
parcialmente ou totalmente interrompidas, segundo o Sindicato dos
Petroleiros.
Em Macaé, no interior do Rio, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a denúncia de que a Petrobras
estaria impedindo funcionários de voltarem das plataformas e
desembarcarem no aeroporto da cidade. A empresa ainda não se pronunciou
sobre esta denúncia.
Na manhã desta sexta os petroleiros fazem um protesto no terminal de
Cabiúnas. De acordo com a organização do movimento, cerca de mil
trabalhadores estão no local.
EM CAMPOS
Funcionários da petrolífera lotaram Heliporto do Farol
na quinta (Foto: Evandro Duarte/ InterTv Planície)
Após o anúncio da paralisação em grande parte das plataformas da Bacia
de Campos, no Norte Fluminense, o Sindicato dos Petroleiros
(Sindipetro-NF) informou que a adesão de funcionários aumentou. Das 50
plataformas de produção, perfuração e manutenção da Petrobras que atuam
na Bacia de Campos, 40 foram entregues à empresa pelos trabalhadores.
Pela primeira vez uma plataforma de manutenção aderiu a greve. Ainda
segundo o sindicato, 15 destas plataformas foram entregues com a
produção totalmente parada e atualmente a produção é mantida com equipes
de contingência.
Nesta sexta-feira (18), membros do Sindipetro-NF estão no heliporto do
Farol de São Tomé e no Aeroporto de Campos com o objetivo de convencer
os petroleiros a não embarcarem para as plataformas. “A adesão está
sendo em massa. Temos ônibus chegando com vários trabalhadores e
conseguimos fazer esse trabalho de convencimento. Temos notícias que
apenas dois trabalhadores furaram a greve e embarcaram no Heliporto para
as plataformas”, informou um dos diretores do sindicato, Armando de
Freitas.
Vários petroleiros estão desembarcando em Campos, mas ainda não há um
número exato de grevistas. O sindicato calcula uma média de 2 mil
pessoas. Os trabalhadores ficam em hotéis da cidade financiados pelo
próprio sindicato até que a situação se resolva. Nesta sexta-feira (18),
às 17h, o Sindipetro-NF realiza uma reunião com os grevistas que
desembarcaram para saber das condições dos trabalhadores nas
plataformas.
“Nós estamos denunciando a Petrobras por cárcere privado no caso dos
trabalhadores que não conseguem desembarcar. Fomos na Polícia Federal em
Macaé e pedimos um mandado de segurança. Queremos obrigar a empresa a
desembarcar todos os grevistas que estão a bordo”, informou Marcos
Breda, um dos diretores do Sindipetro.
Petroleiros chegam no Heliporto do Farol e desistem
de embarcar (Foto: Priscilla Alves/ G1)
de embarcar (Foto: Priscilla Alves/ G1)
Reivindicações -
Ainda segundo o sindicato, o que
motivou a greve foi uma proposta de acordo coletivo e de pagamento de
participação nos lucros e resultados futuros. Essa proposta foi
apresentada pela Petrobras no último dia 7, mas não foi aceita. Além de
uma nova proposta de acordo coletivo, os petroleiros exigem a suspensão
imediata do leilão de libra, que está previsto para acontecer na próxima
segunda-feira (21), e a retirada do projeto de lei que trata da
regulamentação da terceirização e aguarda votação na Câmara dos
Deputados.
Petrobras diz que está aberta ao processo de negociação
Através de nota, divulgada na quinta-feira (17), a assessoria da
Petrobras disse que tem como prática nesse tipo de mobilização tomar
todas as medidas necessárias para garantir suas operações, de modo a não
haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do
mercado, sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e
das instalações da companhia.
Sobre as negociações do acordo coletivo de trabalho, a Petrobras
realizou uma série de reuniões com as entidades sindicais e apresentou
sua proposta ao longo das últimas semanas. Além de uma proposta completa
para as cláusulas sociais (relacionadas ao plano de saúde, benefícios
educacionais, saúde, segurança, condições de trabalho) , a empresa
propôs um reajuste de 7,68% e uma gratificação equivalente a uma
remuneração, entre outros ganhos econômicos. A Petrobras afirma que está
aberta ao processo de negociação com as entidades sindicais.
Sobre a denúncia de cárcere privado feita pelo Sindipetro, a assessoria
de imprensa da Petrobras informou que não praticou qualquer ato de
coação aos empregados na Bacia de Campos. Disse ainda que os
profissionais em greve que não estão envolvidos nas atividades de
segurança e na garantia da habitabilidade das plataformas estão sendo
desembarcados, respeitando-se os limites de tráfego aéreo,
disponibilidade e carga horária das aeronaves e dos pilotos, de acordo
com as definições logísticas e de segurança estabelecidas pela empresa.
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