sábado, 26 de outubro de 2013

História e emoção nas festas dos 50 anos do Instituto Nossa Senhora da Glória

Fotos: Manoel Olive



Uma noite de reencontros para guardar na memória e no coração. Além de lembranças e fortes emoções, a sessão solene pelos 50 anos do Instituto Nossa Senhora da Glória – INSG/Castelo, realizada na dia 24 de outubro, promoveu também um resgate da história da educação em Macaé. A exposição de fotos e objetos que datam das primeiras décadas de funcionamento da instituição revelam uma realidade muito diferente da que conhecemos atualmente. Contudo, o ponto alto do evento foram as homenagens aos que participaram da construção da educação salesiana na cidade.

Funcionários, alunos e professores participaram de apresentações de música e dança, que encantaram o público presente. Ao final da solenidade, todos cantaram parabéns para o INSG/Castelo com um grande bolo que foi servido aos convidados. Para a ex-professora aposentada Enir Rocha Nogueira, que trabalhou na escola de 1963 até 1991, faltaram palavras para descrever a alegria e a emoção de participar deste momento. “Eu dava aula de educação física e prática de ensino e ajudei as irmãs a construírem a primeira quadra da escola, que naquela época (década de 60) ainda era de terra batida. Pegamos enxadas, pás e fizemos nós mesmas”, relembrou.

O economista Jorge Chaloub Neto estudou com as irmãs salesianas em 1961, em uma casa muito simples no centro da cidade. O imóvel foi alugado para o início do trabalho educativo que culminaria na aquisição do Solar Monte Elíseo e na fundação do INSG/Castelo, em 1963. “É muito bom ver como esse trabalho que começou tão pequeno - com apenas quatro freiras que chegaram à Macaé e não possuíam residência - deu frutos tão grandiosos. Apesar de ter apenas sete anos, me lembro bem do hábito branco ou preto que elas usavam e tenho um carinho enorme por elas. É um orgulho muito grande fazer parte dessa história.”

Para os pais de ex-alunos também foi uma emoção retornar ao colégio. É o caso de Carmem Perón que relembrou a época que a sua filha estudava na instituição. “Fazia uns 10 anos ou mais que eu não visitava o Castelo. Minha filha Beatriz estudou aqui até terminar o ensino médio”. Ela conta que participou de inúmeras apresentações de final de ano, festas juninas e de Nossa Senhora Auxiliadora. “Sempre gostei muito da educação esportiva do Castelo. Minha filha também gostava bastante, tanto que ganhou até uma medalha de ouro no vôlei em uma competição regional”.

Destaque entre os homenageados da noite, a irmã Adma Cassab Fadel - a única das quatro irmãs fundadoras do INSG/Castelo que ainda está entre nós – também falou da emoção de retornar onde tudo começou. “Era tudo muito difícil naquela época. A casa que nós alugamos para morar, também era a escola. As instalações eram precárias e nós fazíamos um trabalho social muito intenso em quatro comunidades pobres: Aroeira, Barra, Carvão e Cavaleiros. Soube que hoje esses locais são bairros bem estruturados, mas não era assim no início dos anos 60. Não tínhamos meios de transporte, telefone, nem mesmo geladeira. É muito bom ver no que o esforço de tantas irmãs resultou”, destacou.




UM POUCO DE HISTÓRIA



Fachada do Colégio INSG Castelo Fachada do Colégio INSG CasteloUm das escolas mais tradicionais da cidade, o INSG/Castelo foi fundado no dia 27 de julho de 1963. Quando inaugurou, oferecia apenas educação básica e fundamental para moças. Hoje, junto da Faculdade Salesiana - inaugurada em 6 de agosto de 2001 - é uma instituição completa e oferece educação do maternal a pós-graduação. Uma história de crescimento que se perpetua a cada ano, com novas ferramentas pedagógicas e cursos que qualificam os estudantes para o ingresso nas melhores universidades e nas maiores empresas do mundo.


Educação Salesiana
Uma história que começou em 1961, com a chegada das primeiras Irmãs Salesianas no dia 11 de agosto, e contribuiu para transformar a pacata Macaé na capital nacional do petróleo. Muito antes da chegada da Petrobras em 1977, as Filhas de Maria Auxiliadora já preparavam a juventude macaense para as transformações dos novos tempos. Passados mais de meio século, o desafio de promover uma educação de valores continua. Contudo, agora conta com o auxílio da tecnologia e da inovação - marca dessas mulheres à frente de seu tempo.



Prédio Histórico
Foto antiga do prédio histórico Foto antiga do prédio históricoConstruído no século XIX, o Solar Monte Elísio foi casa de veraneio do Visconde de Araújo. Erguido por escravos, o prédio levou 14 anos para ficar pronto (1852-1866) e recebeu o nome de “Monte Elíseo” por influência da Élysée de Paris e dos ventos que sopravam no alto do monte.

Foram 14 anos de construção na antiga Fazenda Caturra. O prédio recebeu os melhores materiais, desde telhas marseille, madeira de pinho de riga, até acabamentos de luxo e decoração francesa. A tradição conta que Dom Pedro II teria se hospedado no luxuoso imóvel, e que a Princesa Isabel visitava com regularidade os proprietários. Atualmente, o prédio é um dos blocos do INSG/Castelo, onde funciona a secretaria, a sala da direção e outros setores da administração.


Antiga Fazenda Caturra com o Castelo ao fundo Antiga Fazenda Caturra com o Castelo ao fundoUma das principais atrações do imóvel é a escada de madeira, com detalhes entalhados à mão, feita a partir de uma técnica francesa de encaixe, que não usa um prego sequer. “Um dos escravos do Visconde foi à França aprender a técnica para construir a escada”, relata a coordenadora da Educação Técnica do Castelo, Scheila Abreu e Silva, que trabalha no colégio desde 1998.

O espaço tem outros atrativos, como o suposto pelourinho localizado na quadra da escola, onde os escravos eram castigados. Além do Visconde de Araújo, outro ilustre morador do INSG/Castelo foi Hindemburgo Olive, um dos maiores expoentes da pintura contemporânea fluminense, nascido no Castelo. (Assista o vídeo com o breve histórico do Colégio Castelo) .


O professor José Domingues de Araújo Filho e o irmão Manoel Olive, estiveram prestigiando  as solenidades dos 50 anos do Castelo. Ambos são bisnetos do Visconde de Araújo, antigo proprietário do Solar de Monte Elísio.

O professor José Domingues,  recebeu justa
 homenagem dos  organizadores dos 
festejos dos 50 anos do Castelo.(fotos: Manoel Olive)

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