Obra em penitenciária é feita sob medida para abrigar mensaleiros.
Apontado como um dos possíveis destinos
dos condenados no mensalão, complexo no Setor de Indústria e
Abastecimento passa por reforma e terá cubículos diferenciados para
políticos e pessoas notórias, com cama móvel, fiação para tevê e piso de
cerâmica.
A Secretaria de Segurança Pública do DF se prepara para a eventualidade de receber em regime semiaberto condenados no processo do mensalão. Reforma e ampliação no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília (SIA), inclui a adaptação de salas para internos com notoriedade que devem ser separados dos demais por questão de segurança. São ambientes destinados a detentos com alto poder econômico, político ou conhecidos na sociedade. Por causa do perfil, são considerados no sistema penitenciário alvos de rebeliões, extorsões ou outro tipo de exploração por condenados perigosos.
A Penitenciária do Distrito Federal passa por
adaptações. Ao lado de um galpão onde presos dormem em beliches e
treliches, surgirá uma ala para presidiários ilustres. Terá salas
separadas, com camas normais, ponto de televisão e piso de cerâmica.
Nesses novos ambientes, dormirão os presos ilustres condenados a cumprir
pena na Capital da República –de mensaleiros ao empresário Wagner
Canhedo, ex-dono da falida Vasp, preso no sábado.
O CPP de
Brasília, como é conhecido o estabelecimento, abriga os detentos do
regime semiaberto –aqueles que, tendo sido condenados a penas de quatro a
oito anos, devem ser recolhidos a colônias agrícolas e industriais ou
podem trabalhar fora do presídio, retornando à noite para dormir.
O subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, delegado Cláudio de
Moura Magalhães, disse que a reforma não visa prover regalias. “É uma
questão de segurança, de necessidade no sistema penitenciário”, disse
ele. “Quem tem notoriedade fica vulnerável e precisa ser separado da
massa, sob pena de ser vítima de extorsão, por exemplo.”
Pelas
mesmas razões, o deputado-presidiário Natan Donadon, preso em regime
fechado na penitenciária da Papuda, está em cela separada e não toma
banho de sol com os companheiros de infortúnio. “Deixá-lo no pátio seria
condená-lo à morte”, diz o delegado Cláudio Magalhães. Não há, por ora,
definição sobre os futuros "hospedes" do mensalão que cumprirão pena em Brasília. A
decisão caberá ao STF. Mas as obras seguem a toque de caixa. “Preciamos
nos preparar”, acrescenta o doutor.
Abaixo, uma foto de junho de
2009. Mostra visita do ministro Gilmar Mendes, então presidente do STF,
ao galpão onde os presos do CPP de Brasília passam as noites empilhados
em beliches e treliches.
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