Kathleen
Gomes Moreira Pereira Pinto, tem apenas 16 anos, mas já está
despontando no cenário estudantil do município. A quissamaense, que
frequenta o curso Técnico em Eletromecânica no IFF – Instituto Federal
Fluminense, é a primeira aluna do Campus Quissamã, inscrita no Prêmio
Jovem Cientista, premiação organizada pelo CNPq - Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico em parceria com Fundação
Roberto Marinho, Gerdau e General Eletric.
O Prêmio Jovem Cientista, criado em 1981, tem como
objetivo incentivar a pesquisa no País e é considerado um dos mais
importantes reconhecimentos destinados aos cientistas brasileiros. O
tema desta edição é "Água: desafios da sociedade" e irão participar do
Prêmio, estudantes dos ensinos médio e superior, além de mestres e
doutores, com trabalhos relacionados à solução de problemas hídricos.
“A
ideia era fazer algo barato, simples e que pudesse ser usado na região.
Começamos o projeto dominando a tecnologia e depois nos dedicamos a
produção do protótipo. Montamos uma boia que pudesse ficar à deriva nas
lagoas locais para que ela medisse o PH da água”, afirmou o Professor de
Meio Ambiente Renato Gomes Sobral Barcellos, que é o orientador de
Kathleen.
A
degradação ambiental da restinga e das lagoas estão relacionadas com a
ocupação irregular, o despejo de esgotos, a expansão urbana e, demais
atividades que de uma forma ou de outra interferem nos processos
biológicos e geoquímicos do ambiente. Esta interferência antrópica ao
superar a capacidade de suporte do ambiente pode tornar irreversível a
sua recuperação ou acarretar um aumento significativo nos custos de
obras de mitigação dos danos provocados.
Neste
contexto os estudos de monitoramento tornam-se estratégicos para o
conhecimento dos processos e suas inter-relações com outros ambientes. A
atuação na área de monitoramento de processos geoquímicos em ambientes
lagunares motivou pesquisadores da Rede UFF de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável REMADS-UFF e do Laboratório de Computação
Física - LCF do Instituto Federal Fluminense, campus Quissamã, a
desenvolverem uma boia cujo o objetivo é o monitoramento de parâmetros
geoquímicos para ambientes lagunares.
Os
temas escolhidos em cada edição buscam soluções simples e acessíveis
para os desafios da sociedade brasileira. “Quando busco informações
sobre as lagoas locais, acho apenas a localização, extensão e
profundidade. Com a boia de deriva, poderemos analisá-las profundamente e
armazenar os dados para futuros estudos ambientais”, declarou a
estudante. Kathleen afirmou ainda, que está animada com sua primeira
experiência, pois, mesmo que não seja a grande vencedora, terá aprendido
muito.
Os
prêmios vão de R$ 15 mil a R$ 30 mil para a categoria de mestre e doutor
e de R$ 10 mil a R$ 15 mil para nível superior. No ensino médio, os
três primeiros lugares recebem laptops. As instituições premiadas
recebem R$ 35 mil cada e o pesquisador doutor premiado recebe R$ 20 mil.
Os vencedores também são contemplados com bolsas de estudo do CNPq,
além da publicação dos trabalhos. As empresas parceiras, Gerdau e
General Eletric, oferecerão visitas aos laboratórios globais de
pesquisa.
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