terça-feira, 24 de setembro de 2013



Primavera dos Museus começa com palestra sobre escravidão



Foto: Juranir Badaró
O Solar dos Mellos abriu na tarde desta segunda-feira (23) a 7ª Primavera dos Museus, que este ano traz o tema "Museus, Memória e Cultura Afrobrasileira". A palestra "Escravidão e Quilombos em Campos e Macaé (Séculos XVII - XIX)", ministrada pela pesquisadora Márcia Amantino, reuniu professores da Rede Municipal de Ensino de diversas áreas, graduandos de História, técnicos e gestores municipais.


A palestra foi interativa e permeada por debates. A pesquisadora do Programa de Pós-graduação em História do Brasil da Universidade Salgado de Oliveira, Márcia Tolentino, abordou a história local numa perspectiva global. “A história regional atualmente tem que estar conectada a várias partes do mundo, porque há muitas variáveis a se considerar”, diz.

Tanto a escravidão negra quanto a indígena foram tratadas. Também a influência das comunidades africanas que chegaram ao Brasil com suas identidades culturais, religiosas e de costumes. A ideologia escravocrata que dominava toda a sociedade, que era mestiça desde os senhores de escravos, foi destacada. Assim como a definição dos quilombos como reduto de escravos fugitivos. Oitenta por cento deles eram de pequeno porte. Essa era uma das características dos quilombos de Campos e Macaé. Em 1805 e 1810 há indícios da formação de quilombos locais.

A palestra foi ilustrada por anúncios em jornais oferecendo recompensa por escravos fugitivos e que serviam de mecanismo de controle social e ainda pelo trecho do conto “Pai contra mãe” de Machado de Assis.

A 7ª Primavera dos Museus, que acontece em todo país desde 2007, é uma ação conjunta do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e vice-presidência de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura em parceria com a Coordenadoria Extraordinária de Igualdade Racial. As atividades estão previstas até sábado (28).

Segundo a vice-presidência de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura. Gisele Muniz, essa iniciativa visa dar visibilidade aos museus como organismos vivos da cidade e um espaço para encontros e debates. Já a coordenadora extraordinária de Igualdade Racial, Zoraia Braz, destacou a importância desse tema no ano em que o município comemora 200 anos.

Na terça-feira (24) a quinta-feira (26), das 9h às 11h e das 14h às 16h, será realizada uma atividade com o tema "As memórias do Quilombo", sobre o Carucango, voltada para alunos da rede pública de Macaé. Na sexta-feira (27), das 18h às 19h, haverá a mesa-redonda: "A contribuição cultural do negro na construção da sociedade contemporânea", seguida de samba de roda.

No sábado (28), as atividades começam às 10h com roda de capoeira. Em seguida, entre 10h30 e 15h, haverá oficinas de instrumentos, máscaras e turbantes. A programação termina às 16h com o desfile que expõe os turbantes e os instrumentos criados nas oficinas no quintal do museu. O e-mail e telefone para contato são museumacae@yahoo.com.br e (22) 2759-5049.
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