No primeiro dia de greve da categoria bancária clientes
manifestaram seu espanto diante do reajuste de apenas 6,1% proposto pela
federação dos bancos. “Se eu dependo do banco para fazer um empréstimo,
eles me cobram juros altíssimos. O funcionário pede aumento acima da
inflação e eles não dão? Isso é uma roubalheira!”, comentou indignado
Bruno Matos, ator, enquanto utilizava o caixa eletrônico da agência do
Itaú na Praça do Patriarca. “Vim apenas sacar dinheiro, resolvi. Essa
mobilização é legítima”, finalizou.
“Perto do que aumentam as tarifas, acho ridículo um banco oferecer um aumento desse”, comentou o chaveiro Landy Miranda, referindo-se ao índice de 6,1% de reajuste salarial, proposta final apresentada ao Comando Nacional dos Bancários no dia 5 de setembro, pela Fenaban. E Landy sabe o que diz: segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os pacotes de tarifas nos últimos cinco anos sofreram reajustes de até 83%, frente a uma inflação de 32% no mesmo período. O que os bancos ganham com tarifas passou de R$ 41,5 bilhões em junho de 2012, para R$ 46,7 bilhões em junho deste ano: crescimento de 12,51%.
Só com o que cobram dos clientes, os bancos pagam todos os funcionários e ainda sobra. No caso do Bradesco, por exemplo, o aumento na relação receita de prestação de serviço e despesa de pessoal chegou a 150,3% (era 137,9%). No Santander essa relação passou de 134% para 156,5% e no Itaú de 147,6% para 154,9%.
Quem entende a luta – Um aposentado de 80 anos, ex-funcionário do Banespa, foi ao BB Estilo, na Paulista. Diante da agência paralisada, o cliente ficou na porta e prestou apoio aos grevistas. “Está certo, tem de fazer greve, não tem outro jeito. O que esses bancos roubam da gente não é brincadeira. Os bancários têm todo o direito de exigir salário melhor”, afirmou.
O comerciante Ricardo Guerreta, que possui uma banca de revista no Centro há 16 anos, comentou que não fica uma semana sem receber ligações de bancários oferecendo produtos. Ao ser informado sobre o adoecimento de trabalhadores das instituições financeiras por conta da pressão abusiva para o cumprimento de metas, Ricardo desabafa: “Meu irmão é bancário e já foi afastado três vezes por conta disso. É muita pressão”.
Não é só por salário – Outro problema que bancários sofrem e recebem apoio dos clientes é a respeito do atendimento. Uma bancária de agência do Banco do Brasil no Centro ressalta que o banco precisa contratar mais. “Queremos mais funcionários. Muitos prestaram concurso, foram convocados, mas não tomaram posse, enquanto passamos sufoco”, disse a trabalhadora que cruzou os braços ao lado de outros colegas e foi até a sede do Sindicato para se distanciar da agência e evitar pressão dos supervisores.
Além de não contratar, os bancos estão demitindo. No acumulado dos 12 meses terminados em julho, os bancos múltiplos com carteira comercial (todos, menos a Caixa Federal) fecharam 8.519 postos de trabalho. Somente em julho de 2013 foram 460 vagas a menos, em média 15 por dia.
O chaveiro Landy reclama. “Tem agência aqui na Rua Boa Vista que conta com 15 guichês, mas só tem três ou quatro funcionários. Tem banco que tem só dois caixas!”
“Perto do que aumentam as tarifas, acho ridículo um banco oferecer um aumento desse”, comentou o chaveiro Landy Miranda, referindo-se ao índice de 6,1% de reajuste salarial, proposta final apresentada ao Comando Nacional dos Bancários no dia 5 de setembro, pela Fenaban. E Landy sabe o que diz: segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os pacotes de tarifas nos últimos cinco anos sofreram reajustes de até 83%, frente a uma inflação de 32% no mesmo período. O que os bancos ganham com tarifas passou de R$ 41,5 bilhões em junho de 2012, para R$ 46,7 bilhões em junho deste ano: crescimento de 12,51%.
Só com o que cobram dos clientes, os bancos pagam todos os funcionários e ainda sobra. No caso do Bradesco, por exemplo, o aumento na relação receita de prestação de serviço e despesa de pessoal chegou a 150,3% (era 137,9%). No Santander essa relação passou de 134% para 156,5% e no Itaú de 147,6% para 154,9%.
Quem entende a luta – Um aposentado de 80 anos, ex-funcionário do Banespa, foi ao BB Estilo, na Paulista. Diante da agência paralisada, o cliente ficou na porta e prestou apoio aos grevistas. “Está certo, tem de fazer greve, não tem outro jeito. O que esses bancos roubam da gente não é brincadeira. Os bancários têm todo o direito de exigir salário melhor”, afirmou.
O comerciante Ricardo Guerreta, que possui uma banca de revista no Centro há 16 anos, comentou que não fica uma semana sem receber ligações de bancários oferecendo produtos. Ao ser informado sobre o adoecimento de trabalhadores das instituições financeiras por conta da pressão abusiva para o cumprimento de metas, Ricardo desabafa: “Meu irmão é bancário e já foi afastado três vezes por conta disso. É muita pressão”.
Não é só por salário – Outro problema que bancários sofrem e recebem apoio dos clientes é a respeito do atendimento. Uma bancária de agência do Banco do Brasil no Centro ressalta que o banco precisa contratar mais. “Queremos mais funcionários. Muitos prestaram concurso, foram convocados, mas não tomaram posse, enquanto passamos sufoco”, disse a trabalhadora que cruzou os braços ao lado de outros colegas e foi até a sede do Sindicato para se distanciar da agência e evitar pressão dos supervisores.
Além de não contratar, os bancos estão demitindo. No acumulado dos 12 meses terminados em julho, os bancos múltiplos com carteira comercial (todos, menos a Caixa Federal) fecharam 8.519 postos de trabalho. Somente em julho de 2013 foram 460 vagas a menos, em média 15 por dia.
O chaveiro Landy reclama. “Tem agência aqui na Rua Boa Vista que conta com 15 guichês, mas só tem três ou quatro funcionários. Tem banco que tem só dois caixas!”
A greve da categoria bancária é por tempo indeterminado. Em todas as agências o autoatendimento funciona normalmente.
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